O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (3) que a presidência brasileira pro-tempore no Mercosul, que se inicia ao fim da atual cúpula realizada em Buenos Aires, será uma oportunidade para a região refletir o lugar que pretende ocupar no mundo, em meio às turbulências enfrentadas pela comunidade internacional.
— A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que desejamos ocupar no novo tabuleiro global — afirmou Lula em seu discurso aos demais presidentes da região.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu, nesta quinta-feira (3), a presidência do Mercosul, bloco econômico que reúne os países da América do Sul. A expectativa do governo brasileiro é concluir, durante a sua gestão, acordos importantes, como aquele que tem sido negociado com a União Europeia.
De janeiro a maio de 2025, o comércio brasileiros com parceiros do Mercosul somou US$ 17,5 bilhões, com superávit de US$ 3 bilhões para o Brasil. Os principais produtos exportados são veículos, minérios e alimentos processados.
O Mercosul é um bloco político e econômico da América do Sul criado para fortalecer a integração regional entre os membros. Um dos principais objetivos é estimular o livre comércio de bens, serviços e outros setores produtivos. Atualmente, fazem parte do Mercosul Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Bolívia já formalizou a adesão, mas está em processo de integração, que pode levar até quatro anos para ser concluído.
Além dos membros plenos, o bloco conta com países associados, como Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Peru e Suriname.
Com a presidência brasileira iniciada agora, o governo pretende impulsionar especialmente o comércio nos setores automotivo e açucareiro.
Durante a presidência argentina, acordos importantes avançaram. Por exemplo, durante está semana foi anunciado o fim das negociações entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
A estimativa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil é de que o acordo tenha um impacto de R$ 2,57 bilhões sobre as importações totais e de R$ 3,34 bilhões sobre as exportações, com um salto geral de aproximadamente R$ 770 milhões para o Brasil.
Agora, com a presidência brasileira, Lula espera concluir o acordo com a União Europeia, ratificando o texto até dezembro deste ano. Essa é uma das grandes apostas do petista para colocar o Brasil em posição de destaque no comércio internacional.
As negociações no tocante aos tratados envolvendo Mercosul e União Europeia já foram concluídos. Neste momento, é esperado que o Parlamento Europeu aprove o texto e que os Legislativos dos países envolvidos também deem uma sinalização positiva para o tratado.
Só depois dessa fase o texto poderá ser ratificado e colocado em prática. A expectativa pessoal de Lula é que o Parlamento da União Europeia aprove o acordo até outubro, para que ele seja assinado pelos presidentes das partes envolvidas até dezembro de 2025, quando o Brasil deixará a presidência do Mercosul.
Outro acordo que está sendo debatido, mas ainda está em fase inicial é com os Emirados Árabes Unidos. Apesar das conversas ainda estarem no começo, a chancelaria brasileira acredita que os últimos pontos também serão acertados até dezembro.
O último acordo fechado pelo Mercosul foi em 2023, quando o bloco econômico assinou a resolução de livre-comércio entre o bloco sul-americano e o país asíatico. Um dos principais pontos do documento prevê a isenção de tarifas cobradas por Singapura aos produtos importados do Mercosul.
Mercosul-União Europeia
Antes de finalizar as negociações com a União Europeia, o Mercosul encontrou dificuldades em avançar na questão ambiental, em especial pelo lado francês, irlandês e espanhol. Na França, por exemplo, foi realizado um estudo onde o acordo entre Mercosul e União Europeia iria trazer prejuízos econômicos à agricultura do país.
As discussões sobre uma possível resolução se arrastam há mais de 20 anos. Durante o governo de Michel Temer (MDB), houve uma forte aceleração das negociações. No entanto, com a posse de Jair Bolsonaro (PL) e as desavenças do ex-presidente com líderes europeus, o acordo acabou sendo paralisado.
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