Os governos latino-americanos se dividiram entre os que apoiaram, repudiaram e os que preferiram somente expressar preocupação pelos ataques do último sábado (21) dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas.
O presidente Javier Milei, da Argentina, e o governo paraguaio de Santiago Peña manifestaram, de diferentes formas, apoio aos Estados Unidos. Já o chileno Gabriel Boric, o colombiano Gustavo Petro, o boliviano Luis Arce e o venezuelano Nicolás Maduro condenaram enfaticamente os ataques americanos.
A mexicana Claudia Sheinbaum, por sua vez, adotou um tom mais neutro, e preferiu citar uma fala do papa Francisco contra a guerra.
Veja as principais manifestações:
Argentina: Javier Milei republicou uma postagem em que ele aparece em uma foto com Trump e um internauta afirma que “a Argentina [está] do lado correto da história”. Ele repostou a mensagem do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu parabenizando Trump pelo ataque e do presidente israelense Isaac Herzog dizendo que este episódio entrará para a história da humanidade como o momento no qual princípios como a liberdade, a responsabilidade e a segurança "triunfaram".
Paraguai: a chancelaria do Paraguai, por sua vez, ratificou seu apoio “ao povo de Israel e ao direito de proteger sua existência”. “Acompanhamentos as ações levadas adiante pelos países aliados”, expressou, sem mencionar o ataque dos Estados Unidos, antes de pedir a união de esforços para diminuir as tensões no Oriente Médio através da diplomacia e do direito internacional”.
Colômbia: o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, questionou nas redes sociais a legalidade de bombardear instalações nucleares, sem permissão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, sem mudanças no tratado de proliferação nuclear e sem aval do Congresso dos Estados Unidos. “A Colômbia repudia o uso unilateral da força, especialmente quando esta contravém os princípios fundamentais consagrados na Carta das Nações Unidas e coloca em risco a paz e a estabilidade internacionais”, diz o comunicado.
Uruguai: o governo do uruguaio Yamandú Orsi expressou “profunda preocupação diante da perigosa escalada da violência no Oriente Médio a partir dos recentes ataques aéreos contra instalações nucleares” no Irã. A chancelaria uruguaia repudiou ações que representem ameaças para a paz e para a segurança internacionais, incluindo a proliferação nuclear e diz que “o uso da força a nível internacional se encontra estritamente regulado pelo Direito Internacional e só pode ser exercida conforme a Carta das Nações Unidas”.
Chile: no próprio dia do ataque dos EUA, o presidente do Chile Gabriel Boric afirmou que “atacar centrais nucleares está proibido pelo direito internacional”. “O Chile condena este ataque dos EUA. Defenderemos o respeito ao direito internacional humanitário em todas as instâncias. Ter poder não autoriza utilizá-lo vulnerando as regras que como a humanidade nos demos, mesmo que você seja os EUA. Exigimos e precisamos de paz”, escreveu.
México: a mexicana Claudia Sheinbaum, por sua vez, preferiu utilizar uma citação do papa Francisco, a quem qualificou como “um homem sábio”. “[O papa] disse algo que resulta ser sumamente pertinente neste momento: ‘A guerra é o maior fracasso da humanidade. Não tem futuro na destruição, mas sim na fraternidade. A paz não é só a ausência de guerra, é a construção da justiça’”, escreveu. Ela afirmou que o “México será sempre um fator de paz” e que a constituição do país diz que a política exterior do país deve ser conduzida com base na autodeterminação dos povos, da não intervenção, da solução pacífica de controvérsias, da proscrição da ameaça do uso da força nas relações internacionais e da luta pela paz.
Venezuela: Nicolás Maduro, da Venezuela, disse condenar “de maneira categórica e firme o vil ataque perpetrado pelos EUA” contra o Irã. "Isso foi uma ação criminosa que viola as normas do direito internacional, a carta das Nações Unidas e inclusive ignora as leis dos EUA, colocando em perigo a vida e a paz”, escreveu. Ele expressou ainda solidariedade absoluta com o “nobre povo” do Irã e com seu governo.
Bolívia: o boliviano Luis Arce condenou energicamente o que definiu como” ataque arbitrário dos EUA a instalações nucleares” iranianas. “Bombardear objetivos desta natureza não só coloca em risco a paz regional e global, mas vulnera princípios fundamentais do direito internacional e a carta da ONU.
Cuba: no mesmo dia dos bombardeios dos EUA, o líder cubano Miguel Díaz-Canel disse condenar energeticamente os bombardeiros norte-americanos contra as instalações nucleares do Irã, afirmando que “constituem perigosa escalada de conflito no Oriente Médio”. Ele expressou que a “agressão viola gravemente a Carta da ONU e o Direito Internacional e arrasta a humanidade a uma crise de irreversíveis consequências”.
Peru: o Peru também manifestou “extrema preocupação” com os acontecimentos mais recentes que “exacerbam a espiral de violência nessa região e afetam os esforços internacionais por desescalar o conflito”. “Isso também coloca em grave risco a paz e a segurança no mundo”, expressou o governo de Dina Boluarte em comunicado.
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