A coalizão Aliança Democrática (AD, centro-direita) venceu as eleições legislativas em Portugal neste domingo, mas sem obter maioria absoluta, apontam as projeções. O destaque da votação, contudo, deve ser o desempenho do Chega, de extrema direita: o partido pode terminar em segundo lugar, à frente do Partido Socialista (PS, centro-esquerda), que teve um de seus piores desempenhos em décadas.
Segundo os números da rede SIC, a AD deve terminar com uma votação entre 30,3% e 34,7%, o que obrigará o partido a buscar alianças para poder governar, uma vez que não obteve a maioria absoluta. A sondagem da Pitagórica, para a CNN Portugal, traz números similares, com a AD chegando a 35,1% dos votos.
Mas a grande surpresa da votação veio na disputa pelo segundo lugar. O Chega, de extrema direita, aparece com 25,5% na sondagem da Pitagórica, um pouco à frente do PS, 25,5% contra 25,4% — na pesquisa da SIC, o Chega tem entre 19,9% e 24,1%, enquanto os socialistas aparecem com uma votação entre 21,7% e 25,8%. O resultado, apontam analistas, é o segundo pior da História para o PS, e fica bem aquém dos 28% obtidos na eleição legislativa de março do ano passado.
A contagem oficial, já em torno de 70% dos votos apurados, confirma os números.
Segundo o jornal Diário de Notícias, o clima na sede do PS foi de “consternação” após a divulgação das projeções. Já os representantes do Chega, que tem na questão migratória uma pauta central, ficaram mais otimistas com os resultados que devem superar os 18% conseguidos na última votação: ao Diário de Notícias, António Tânger Corrêa, eurodeputado do partido, diz que a sigla “está em ascensão” e que “agora tem uma palavra a dizer sobre a condução da política em Portugal” — ele ainda questionou o veto das demais forças à presença do partido em coalizões de governo, em todos os níveis.
— Nós somos vítimas do mesmo cordão sanitário em Bruxelas e consideramos isso totalmente antidemocrático, e mais tarde ou mais cedo vai cair também — disse Tânger, dizendo que tal rejeição se deve a um “medo da ascensão do Chega”. — É uma questão de poder.
A eleição deste domingo, a segunda em pouco mais de um ano, foi convocada em março, depois que o Parlamento rejeitou uma moção de confiança ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, levando à sua queda, em meio a uma série de escândalos.
Em um deles, o que determinou sua derrota no voto de confiança, envolve uma empresa de prestação de serviços fundada por ele e sua família em 2021, quando ainda não ocupava cargos públicos. No ano seguinte, quando foi eleito presidente do Partido Social Democrata (PSD), ele vendeu suas ações na empresa à mulher e seus dois filhos, mas a oposição apontou que, como Montenegro permanece casado em regime de comunhão de bens, a transação seria considerada nula.
O premier se negou a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito, como queriam os socialistas, e ao invés disso convocou uma moção de confiança, mesmo sabendo que as chances de derrota eram de quase 100% — para analistas, foi uma opção de Montenegro para evitar ainda mais desgastes com uma investigação envolvendo sua família.
— Essas eleições foram causadas por um problema pessoal do primeiro-ministro — diz o cientista político António Costa Pinto à BBC.
Além das mudanças na formação do Parlamento, chama a atenção a abstenção elevada: pela sondagem da Pitagóricas, ela pode ficar em até 47,7%, acima do registrado na eleição do ano passado, quando 40,16% dos eleitores não foram votar.
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