A China vai suspender a compra da carne brasileira pelos próximos 60 dias a partir desta sexta-feira (16). O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil. Com a medida, Santa Catarina pode ter prejuízos milionários, já que o Estado faturou cerca de 846,7 milhões de dólares nos primeiros quatro meses de 2025. A China foi um dos principais compradores, segundo dados do governo estadual.
No primeiro quadrimestre, Santa Catarina foi responsável por 22,9% do volume e 24,8% das receitas totais das exportações brasileiras de carne de frango no ano. Foram mais de 415 mil toneladas exportadas para países como Arábia Saudita, Países Baixos, China e Japão.
Apesar da carne de frango produzida em Santa Catarina ser destinada para diversos países, a China foi o grande destaque das compras, com crescimento de 30,5% no volume importado e de 43,3% na receita, em comparação ao mesmo período de 2024.
A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária disse que ainda não foi notificada oficialmente sobre esse embargo e que está levantando informações. Uma nota técnica deve ser emitida ainda nesta sexta-feira, segundo a pasta.
O anúncio de Carlos Fávaro veio após a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O ministro disse, ainda, que outros países como o Japão também vão restringir a compra de carne de frango do Brasil, mas somente no Rio Grande do Sul. A União Europeia também não comprará a carne de frango brasileira por 60 dias.
— Outros países que já mudaram o protocolo ficam restritos ao estado do Rio Grande do Sul momentaneamente e depois somente o município de Montenegro, que é onde tem o foco, até que volte à normalidade. O processo deve durar entre 28 e 60 dias e aí com eficiência, com transparência, o Brasil deve voltar à normalidade em todo o país — explicou, em entrevista à TV Centro América
De acordo com o Ministério, a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos e não há qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
Uma nota técnica também afirmou que as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e tem como objetivo debelar a doença e manter a capacidade produtiva do setor, “garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”.
Também está segundo realizado, segundo o Ministério, “a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil”.
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