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Fraude no INSS: saiba quem são os suspeitos de envolvimento no esquema bilionário

A Polícia Federal prendeu seis pessoas e outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, entre eles o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que depois foi demitido.

Fábio Amato / Mariana Laboissière / Don Carlos Leal
26/04/2025 13h38 - Atualizado há 3 dias
Fraude no INSS: saiba quem são os suspeitos de envolvimento no esquema bilionário
Veja quem são os servidores afastados do INSS por determinação da Justiça. - Foto: Reprodução
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A operação que mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) resultou no afastamento de seis servidores públicos e na prisão de seis pessoas. Na lista de funcionários públicos afastados de suas funções — por meio de medida judicial — está o próprio presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que horas depois acabou demitido do cargo. A relação também inclui outros servidores do instituto e um policial federal.

A operação que mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) resultou no afastamento de seis servidores públicos e na prisão de seis pessoas. Na lista de funcionários públicos afastados de suas funções — por meio de medida judicial — está o próprio presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que horas depois acabou demitido do cargo. A relação também inclui outros servidores do instituto e um policial federal.

A operação, que ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, teve além de mandados de busca e apreensão, mandados de prisão. Ao todo, seis pessoas ligadas a entidades associativas de Sergipe foram detidas preventivamente. Segundo as investigações, ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de participar do esquema e realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.

Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas dos investigadores. Veja abaixo os afastados e os detidos:

Os afastados
Alessandro Stefanutto: o presidente demitido do INSS, é servidor de carreira desde 2000. Pelo seu currículo em uma rede social, Stefanutto é procurador Federal de carreira, especialista em previdência social e gestão. É mestre em direito pela Universidade de Milão e mestre em direito internacional pela Universidade de Lisboa. Em sua biografia, ele se descreve como: "responsável pelos maiores acordos firmados no âmbito da Previdência Social e Mediador de Conflitos." Atualmente, está filiado ao PDT, partido do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.

Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho: foi afastado do cargo de procurador-geral do INSS. Segundo informações do portal do Ministério da Previdência Social, Virgílio é bacharel em direito pela Universidade Católica de Pernambuco, tem especialização em direito público, direito militar, direito administrativo e previdenciário. É também doutor em direito constitucional pela Universidade de Buenos Aires.

Giovani Batista Fassarella Spiecker: foi afastado do cargo de coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS. Segundo a rede social, Spiecker é bacharel em direito pela faculdade Estácio de Sá de Vila Velha, com ênfase em direito previdenciário, contratos, licitações, administração pública em geral, além de noções de orçamento público e gestão de pessoas. Ainda de acordo com a sua biografia, em Vila Velha, ele foi gerente da agência da Previdência Social do INSS. No currículo de Spiecker também consta que ele é técnico em agropecuária.

Vanderlei Barbosa dos Santos: foi afastado do cargo de diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão. De acordo com um site do governo, ele ingressou no INSS em 2006 e exerceu diversos cargos de gestão. O currículo cita ainda que Santos foi coordenador de Gestão de Orçamento, Finanças e Logística da Superintendência do INSS em São Paulo.

Jacimar Fonseca da Silva: foi afastado do cargo de coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS. Na página do INSS já não constam mais informações sobre o seu currículo. Até a última atualização desta reportagem, o site do INSS passava por sucessivas mudanças no organograma.

Policial federal: foi afastado de suas funções. Colaborava com as fraudes, mas não teve o nome divulgado.

Os presos
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios. Cinco pessoas foram presas na quarta pela manhã e uma estava foragida, mas, segundo interlocutores, ela foi presa na noite do mesmo dia. Todos investigados são de entidades associativas de Sergipe, mas a polícia não divulgou a identidade dessas pessoas.

O que a investigação descobriu
As irregularidades estão relacionadas a mensalidades cobradas por associações sobre os benefícios do INSS. Os descontos eram feitos como se os beneficiários tivessem concordado em se associar, o que não aconteceu.

Segundo o ministro da CGU, essas entidades supostamente prestavam serviços como assistência jurídica e ofereciam descontos em academias e planos de saúde.

As apurações mostraram que "as entidades não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido", explicou Carvalho.

Além dos casos em que houve falsificação de assinaturas, 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado ao INSS a documentação completa para fazer os descontos nos benefícios.

As associações formalizam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para realizar descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Mas, para isso, precisam de autorização expressa dos beneficiários do INSS.

No entanto, a investigação verificou a ausência de verificação rigorosa dessas autorizações e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.

Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.

Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável."

"Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.

A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.

Segundo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.

Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.

Veja o passo a passo:
Acesse o app ou site Meu INSS
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique em "Extrato de benefício"
Em seguida, clique sobre o número do benefício
Na próxima tela, irá aparecer o extrato
Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
Como excluir cobrança indevida?
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135.

Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
Entre no app "Meu INSS"
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique no botão "novo pedido"
Digite "excluir mensalidade"
Clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções

Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:

Entre no Meu INSS
Faça login com CPF e senha do Gov.br
No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade”
Na lista, clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções

O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.

Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite. Além disso, o segurado pode enviar e-mail para [email protected], informando o ocorrido.

O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.

Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal ConsumidorGov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.

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FONTE: G1
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