MENU

“Chorei sangue”, diz “patriota” colocado em solitária na Argentina

Preso na Argentina desde novembro, “patriota” diz ter ficado 49 dias na solitária e precisar de uma cirurgia após acidente de moto

Petrônio Viana / Don Carlos Leal
15/04/2025 17h22 - Atualizado há 3 dias
“Chorei sangue”, diz “patriota” colocado em solitária na Argentina
Wellington Luiz Firmino: “Fui parar numa solitária com fezes humanas na parede, buracos abertos e um colchão que estava pior do que a parede. - Imagem: Reprodução
RESUMO Sem tempo? Leia o resumo gerado por nossa IA
Clique aqui para Ler o Resumo

Preso na Argentina após ser condenado a 17 anos de prisão pelos atos de 8 de Janeiro, Wellington Luiz Firmino, de 35 anos, afirma ter “chorado lágrimas de sangue” na cela de um presídio na província de Jujuy, onde está detido. Firmino foi preso no país vizinho em 19 de novembro e conta que os 49 dias que passou na solitária da prisão argentina “foram piores que os 11 meses na Papuda”.

Preso na Argentina após ser condenado a 17 anos de prisão pelos atos de 8 de Janeiro, Wellington Luiz Firmino, de 35 anos, afirma ter “chorado lágrimas de sangue” na cela de um presídio na província de Jujuy, onde está detido. Firmino foi preso no país vizinho em 19 de novembro e conta que os 49 dias que passou na solitária da prisão argentina “foram piores que os 11 meses na Papuda”.

O motoqueiro de Sorocaba (SP) foi detido durante a invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, onde permaneceu por 11 meses. “Chorei lágrimas de sangue. Por muitas vezes, orei por minha morte. Quando saí da Papuda, três dias depois da morte do Clezão [Cleriston Pereira da Cunha, vítima de um infarto dentro do presídio em 20 de novembro de 2023], vi minha vida confusa”, relata Firmino.

O “patriota” obteve liberdade provisória em novembro de 2023, mediante o cumprimento de medidas cautelares. Em abril de 2024, foi informado por telefone de que sua prisão havia sido decretada novamente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu estava doando sangue, como faço há anos, quando o telefone tocou. A Polícia Federal querendo me levar novamente para a cadeia. Em pânico, com a roupa do corpo, minha moto e mais nada, fui em busca de socorro na Argentina. Estava fraco por ter doado sangue naquele dia, mas viajei por 30 horas de moto até Buenos Aires. Cheguei aqui sem roupa, sem nada”, diz Firmino.

O “patriota” afirma que foi ajudado por estranhos até conseguir oficializar seu pedido de refúgio. Firmino estava trabalhando como entregador quando sua extradição foi solicitada por Alexandre de Moraes ao governo argentino. Ele chegou a zombar do pedido da Justiça brasileira, mas tentou fugir novamente, dessa vez para o Chile, com um grupo de brasileiros na mesma situação. Acabou preso em 19 de novembro.

“Fui parar numa solitária com fezes humanas na parede, buracos abertos e um colchão que estava pior do que a parede. Foram 49 dias na solitária, incomparáveis com os 11 meses que passei na Papuda. As orações da minha mãe me tiraram de lá”, afirma. Firmino foi transferido em janeiro para o Complexo Penitenciário de Ezeiza, na Região Metropolitana de Buenos Aires. Lá, convive com outros três “patriotas” que, como ele, aguardam extradição.

O entregador reclama da falta de assistência médica no presídio argentino. Ele diz precisar de cuidados para tratar as sequelas de um acidente de moto sofrido em setembro do ano passado. “Não há o mínimo de direitos humanos. Sigo destruído, com dor no braço, aguardando por uma cirurgia de revisão que deveria ter feito, com uma placa de titânio e oito parafusos — sendo que um deles está fora do lugar”, relata.

Durante os atos de 8 de Janeiro, Wellington Firmino tirou fotos dentro da Câmara dos Deputados e filmou a si mesmo no topo da torre do Congresso. Em suas redes sociais, o entregador também publicou fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e imagens do acampamento bolsonarista em Sorocaba, desmontado no dia seguinte às invasões em Brasília. O “patriota” foi condenado pelo STF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio tombado.

#BomDiaDiaRioDosCedros #DiárioDeRioDosCedros #RioDosCedros #DonCarlosLeal #NotíciasRioDosCedros #TurismoRioDosCedros #PatriotaNasolitáriaArgentina


FONTE: METRÓPOLES
Tags »
Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp