Exames comprovam que o motorista do acident3 da BR-116 havia usado beb1da alc0ólica, c0caína e ecst4sy
39 pessoas m0rreram na tragéd1a em Teófilo Otoni. Motorista de carreta foi preso no Espírito Santo
Clara Mariz / Don Carlos Leal
22/01/2025 09h13 - Atualizado há 12 horas
Colisão envolvendo coletivo na BR-116, em 21 de dezembro passado, deixou 39 mortos em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. - Imagem: CBMMG / Divulgação
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O motorista da carreta que teria causado o acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri, foi pres0 no Espírito Santo nesta segunda-feira (21/1). A informação foi confirmada pelo governador Romeu Zema (Novo), pelo X, antigo Twitter. O mandado de prisã0 do homem foi expedido depois que exames de urina constataram que o suspeit0 fez uso de álco0l, c0caína e ecst4sy, na época do ac1dente. Na ocasião, o veículo de carga, que transportava bloco de granito, colidiu com o ônibus de viagem. Ele estaria sob efeito de álco0l e dr0gas.
O motorista da carreta que teria causado o acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri, foi pres0 no Espírito Santo nesta segunda-feira (21/1). A informação foi confirmada pelo governador Romeu Zema (Novo), pelo X, antigo Twitter. O mandado de prisã0 do homem foi expedido depois que exames de urina constataram que o suspeit0 fez uso de álco0l, c0caína e ecst4sy, na época do ac1dente. Na ocasião, o veículo de carga, que transportava bloco de granito, colidiu com o ônibus de viagem. Ele estaria sob efeito de álco0l e dr0gas.
Um mês em busca de respostas
A prisã0 preventiva foi recebida com surpresa pela defesa, que afirma que o investigado colaborou com as investigações e não há elementos que justifiquem a medida extrema de segregação: "Acreditamos que medidas cautelares diversas da prisão seriam suficientes para resguardar o andamento do processo".
A defesa declarou que vai recorrer da decisão e alega, ainda, que o motorista manteve sua rotina habitual onde reside no Espírito Santo, o que reforça que não houve intenção de obstruir a atuação da polícia. Atualmente, ele encontra-se detido em Barra de São Francisco, onde a prisã0 preventiva foi executada.
Por meio de nota, o advogado responsável criticou a politização do caso. "Infelizmente, a postagem do governador de Minas Gerais parece se aproveitar de uma tragéd1a para reforçar uma narrativa política, o que não contribui para a busca da verdade nem para o direito de defesa do acusad0. As questões judiciais devem ser tratadas com seriedade, imparcialidade e respeito às garantias fundamentais", disse.
Fuga do local do ac1dente
O homem, que fugiu do local, alega que o pneu do coletivo estourou e a perda de controle do veículo causou o ac1dente. Ele se entregou à polícia dois dias depois da ocorrência, em 23 de dezembro, na sede do 15º Departamento de Polícia Civil, em Teófilo Otoni, acompanhado de advogados, e foi liberado em seguida. Segundo a defesa, o homem fugiu do local por ter entrado em estado de pânico após o acidente.
Durante o depoimento, a perícia da corporação coletou amostras de urina para realização de exames clínicos. Os resultados apontaram o uso de álco0l e dr0gas. Entre elas: c0caína e ecst4sy. Além disso, a investigação apontou que, em ocasiões anteriores, ele foi abordado por policiais e demonstrava sintomas de embriagu3z.
A defesa afirma que não teve acesso aos exames toxicológicos e que os mesmos "não comprovam que ele tenha feito uso de qualquer substância entorpecent3 durante a viagem". Segundo a nota, as substâncias indicadas no exame podem se confundir com princípios ativos de remédios controlados que o investigado faz há anos.
"Esse será um dos pontos a serem discutidos e esclarecidos durante o processo judicial, considerando também possíveis falhas nos protocolos de coleta e análise", afirma a defesa. "Outros exames toxicológic0s feitos pelo motorista e apresentados à empresa que trabalha deram negativo para qualquer substância ilíc1ta, o que gera suspeitas em relação ao exame realizado pela Polícia Civil", completa.
Conforme o juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, a prisã0 foi determinada por outros fatores como: ausência do motorista no local do ac1dente, o sobrepeso da carga da carreta, a ausência de conferência das condições de transporte da carga pelo motorista, o excesso de velocidade do veículo, a jornada exaustiva de viagem, a falta de descanso adequado.
Ainda segundo o magistrado, o motorista não demonstrou disposição de colaborar com as investigações, negando-se a disponibilizar seu aparelho celular para análise. Outro ponto apontado na decisão é que a teoria, colocada em depoimento pelo pres0, de que o pneu do ônibus teria se estourado foi refutada pela investigação.
Investigação
Em 26 de dezembro, a PC compareceu ao local da batida, que vitim0u 39 pessoas para colher informações. Para isso, foi usado um scanner 3D, equipamento que permite coletar imagens e, posteriormente, criar modelos de simulação da dinâmica do ac1dente.
O delegado de polícia Amaury Albuquerque destacou em coletiva de imprensa que ainda não é possível concluir o que de fato aconteceu, que as investigações seguem em andamento e não há prazo para conclusão do inquérito policial.
A produção de provas leva, até o momento, a acreditar no sobrepeso da carga que a carreta comportava, mas eles explicaram que ainda é preciso analisar todo o conjunto probatório, afirmando ainda que nenhuma hipótese foi descartada.
Dúvida no número de vít1mas
Ainda na coletiva após o Natal, a Polícia Civil esclareceu a divergência entre o número de mort0s no acidente estipulado pela corporação e a Emtram, empresa responsável pelo ônibus envolvido no ac1dente. A dúvida foi explicada em coletiva de imprensa em Teófilo Otoni.
O perito crim1nal Felipe Dapieve explica que a quantidade de 41 mort0s é relativa ao número de sacos mortuári0s coletados no dia do acidente, 21 de dezembro. No entanto, ele ressalta que foi divulgado que havia 45 passageiros no ônibus, dos quais seis pessoas sobreviveram, o que resultaria em 39 mortos, como apontado pela empresa de ônibus.
Dapieve ainda destaca que, devido ao grau de carbonizaçã0 dos corpos, é possível que tenha havido uma separação de uma mesma vít1ma em mais de um saco, mas isso só vai poder ser esclarecido com o fim da perícia.
O ac1dente
Na madrugada do dia 21 de dezembro, um ônibus da empresa Emtram levava 45 passageiros de São Paulo para a Bahia quando colid1u com uma carreta que transportava um bloco de granito e vinha no sentido contrário. Um carro de passeio que vinha atrás bateu na traseira do caminhão.
A Polícia Civil havia informado que a principal hipótese para o ac1dente é que houve o tombamento do semirreboque da carreta que transportava um bloco de granito, o que levou o ônibus a bater de frente com a rocha, causando um incêndi0. Em seguida, um automóvel de passeio bateu na carreta deixando os três ocupantes fer1dos.
Outra hipótese foi apresentada à Polícia Rodoviária Federal por Aldimar Ferreira Ribeiro, de 61 anos, que alega ser o condutor do caminhão que aparece em imagens de uma câmera de segurança segundos antes da colisã0. Segundo ele, a carreta estava em alta velocidade e o ultrapassou pouco antes do ac1dente.
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FONTE: ESTADO DE MINAS