A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,1% no trimestre terminado em novembro, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. - Foto: Geraldo Bubniak / AEN / Reprodução Dados oficiais sobre o desemprego no país mostraram a menor taxa desde 2012, com mais de 103 milhões de pessoas ocupadas. A notícia, que soa como positiva, preocupa especialistas por pressionar a demanda e, assim, a inflação. Em entrevista, José Ronaldo de Castro Júnior, professor do IBMEC-RJ e doutor em economia, explica que o momento de instabilidade macroeconômica pede cautela. “Houve pouco investimento na capacidade produtiva do Brasil. Então esse crescimento [de pessoas empregadas] acima do nosso potencial tem preocupado e tem gerado mudanças nas políticas econômicas monetárias, principalmente o aumento nas taxas de juros”, diz.
Antes disso, a taxa mais baixa de desempregados no país havia sido registrada em dezembro de 2013 (6,3%). A queda da taxa em novembro foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, terminado em agosto, quando era de 6,6%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,5% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).
Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Foi um recuo de 7% em relação ao trimestre anterior, e de 17,5% na comparação com 2023.
A população ocupada no Brasil chegou a 103,9 milhões, um novo recorde da série histórica, crescendo em ambas comparações: 1,4% no trimestre e 3,4% no ano. Com isso, 58,8% das pessoas em idade de trabalhar no Brasil estão empregadas -- também o maior nível de ocupação desde 2012.
Além do aquecimento do mercado de trabalho que vem sendo sustentado trimestre a trimestre, os números de novembro incluem ainda as contratações do comércio para as vendas de fim de ano, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
"Um fato interessante é que, quando a maioria das compras se dava nas lojas, de forma presencial, a gente tinha um crescimento mais nítido na incorporação de trabalhadores no comércio. O que a gente percebeu agora é que, sim, o comércio teve uma variação positiva, mas outro grupo que cresceu foi o de transporte e armazenamento de carga, e logística", por causa do crescimento das vendas on-line, explica a especialista.
Veja os destaques da pesquisa:
Taxa de desocupação: 6,1%
População desocupada: 6,8 milhões de pessoas
População ocupada: 103,9 milhões
População fora da força de trabalho: 66 milhões
População desalentada: 3 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,1 milhões
Empregados sem carteira assinada: 14,4 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores domésticos: 6 milhões
Trabalhadores informais: 40,3 milhões
Taxa de informalidade: 38,7%
Força de trabalho
O IBGE classifica como desocupadas as pessoas sem trabalho que estão procurando emprego. A soma desse grupo com o dos empregados totaliza a população dentro da força de trabalho no Brasil, que ficou em 110,7 milhões no trimestre terminado em novembro.
Assim, estão fora da força de trabalho 66 milhões de brasileiros. São pessoas de 14 anos ou mais desempregadas, mas que não estão em busca de serviço ou disponíveis para trabalhar.
Diante disso, a PNAD calcula que o Brasil tem 17,8 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que poderiam estar trabalhando, mas estão desocupadas, subocupadas (não trabalham todas as horas que poderiam) ou fora da força de trabalho potencial.
O número é o menor desde o trimestre encerrado em maio de 2015 (17,7 milhões), recuando nas duas comparações: 3,9% (menos 725 mil) no trimestre e 11% (menos 2,2 milhões) no ano.
A população desalentada ficou em 3 milhões, a menor desde o trimestre encerrado em abril de 2016 (2,9 milhões), ficando estável no trimestre e recuando 10,3% no ano. São pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, mas não procuraram emprego por acharem que não encontrariam, por falta de qualificação, por exemplo.
Informalidade
O número de trabalhadores com e sem carteira assinada no setor privado cresceu 4,6% em relação ao ano passado e chegou a 53,5 milhões, um novo recorde da série iniciada em 2012.
Entre os empregados com carteira assinada, o número absoluto de profissionais chegou a 39,1 milhões, um aumento de 1,3%, ou de 496 mil pessoas, contra o trimestre anterior. No comparativo com 2023, o ganho é de 3,7%, o que equivale a 1,4 milhão de trabalhadores a mais.
Já os empregados sem carteira são 14,4 milhões, o que representa uma estabilidade no trimestre e um crescimento de 7,1% (mais 959 mil pessoas) em relação ao ano anterior.
A taxa de informalidade ficou em 38,7% da população ocupada (ou 40,3 milhões de trabalhadores). No trimestre anterior, o percentual era de 38,8% e, no mesmo período de 2023, de 39,2%.
No setor público, o número de empregados (12,8 milhões) foi recorde, ficando estável no trimestre e subindo 5,6% (685 mil pessoas) no ano.
Os trabalhadores por conta própria são 25,9 milhões, o que representa uma estabilidade em relação a 2023 e um crescimento de 1,8% (mais 467 mil pessoas) no trimestre.
Rendimento estável no trimestre
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.285 por mês no trimestre terminado em novembro, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. É o que o IBGE chama de rendimento médio habitual.
O valor ficou estável frente ao trimestre anterior, quando era de R$ 3.263. No comparativo do ano, houve aumento de 3,4%.
Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 332,7 bilhões, um crescimento de 2,1% na comparação trimestral e de 7,2%, na anual.
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