12/11/2024 às 10h37min - Atualizada em 13/11/2024 às 00h03min
O que faz algumas crianças praticarem bullying pesado em outras?
Há vários fatores que deixam uma criança mais propensa a praticar bullying, mas um elemento-chave vem chamando a atenção dos pesquisadores
Kelly Oakes / Don CarlosLeal
BBC FUTURE
O bullying geralmente diz mais sobre o agressor do que sobre a própria vítima, afirma estudo. - Imagem: Getty Images / Reprodução Quando RubySam Youngz foi vítima de bullying aos 10 anos de idade na escola, se sentiu isolada e confusa. Ela tinha acabado de se mudar com a família da Inglaterra para o País de Gales, e os colegas zombaram do seu sotaque. Na sequência, começaram a debochar da sua aparência. "Nada, na verdade, fazia sentido para mim", diz ela. "Estava em um lugar novo, não conhecia ninguém, ninguém gostava de mim e realmente não sabia por quê." Youngz conta que o bullying continuou até o ensino médio, e teve um efeito cascata em todas as áreas da sua vida - ela começou a fumar e beber na tentativa de lidar com a questão. Só agora, aos 46 anos, Youngz conseguiu entender a dimensão que o bullying teve sobre ela. As crianças, apesar de toda a inocência e inexperiência de vida, podem ser os agressores mais cruéis. Suas ações, talvez menos freadas pelas normas sociais que aprendemos mais tarde, podem ser desumanas, violentas e chocantes. E podem ter consequências para o resto da vida das vítimas. "Durante muito tempo, na literatura científica, acreditamos que havia apenas um tipo de agressor: uma criança altamente agressiva que tinha problemas de autoestima, possivelmente criada em um lar violento ou negligente", explica Dorothy Espelage, professora de educação na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. Mas esta imagem agora está mudando. A definição de bullying adotada por acadêmicos afirma que é uma forma de agressão entre indivíduos ou grupos que têm diferentes níveis de poder. Talvez essa descrição não consiga capturar o impacto terrível que pode ter sobre as vítimas ou as razões complexas pelas quais as pessoas se tornam agressores. Mas um elemento-chave é a diferença de poder. "Pode ser que você esteja fazendo bullying comigo, e você seja popular, e eu não seja popular, e essa diferença de poder dificulte com que me defenda", diz Espelage. Embora a violência doméstica e a agressão de irmãos ainda sejam fatores de risco para crianças praticarem bullying, não são a única razão, acrescenta a especialista. As crianças que se enquadram nessa categoria tendem a ter mais habilidades sociais, muitas vezes são carismáticas e queridas pelos professores – bem diferente do estereótipo dos agressores. Basicamente, essas crianças decidem praticar ou não o bullying de acordo com suas necessidades. "Os agressores socialmente dominantes querem ser o líder da multidão", afirma Espelage. "E a maneira como eles fazem isso é empurrando outras crianças para baixo na hierarquia."
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