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15/08/2024 às 11h49min - Atualizada em 15/08/2024 às 11h49min

Caixa-preta do avião da Voepass tem conversa sobre potência do avião e gritos

Desastre ocorrido na última sexta-feira (9) resultou na morte de todas as 62 pessoas a bordo; causa do acidente segue em investigação e relatório preliminar deve ser concluído em 30 dias

Renan Porto / Don Carlos Leal
GZH
Caixa-preta do avião da Voepass que caiu na última sexta-feira (9). Imagem: CENIPA / Reprodução
O gravador de voz da cabine do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), capturou conversas do copiloto sobre "dar potência" à aeronave momentos antes do acidente, além de gritos a bordo. As informações foram reveladas com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

O desastre resultou na morte de todas as 62 pessoas a bordo, incluindo os quatro tripulantes, em uma aeronave operada pela Voepass, antiga Passaredo. A transcrição de aproximadamente duas horas foi realizada pelo laboratório de leitura e análise de dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea.

De acordo com os investigadores, a análise preliminar sugere que o ATR 72-500 perdeu altitude de forma abrupta. No entanto, eles ressaltam que o áudio da cabine, isoladamente, não é suficiente para determinar a causa exata da queda.

Transcrição do áudio
A transcrição do áudio da caixa-preta revela que, ao perceber que o avião estava perdendo sustentação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva questionou o que estava acontecendo e sugeriu "dar potência" à aeronave na tentativa de estabilizá-la e evitar a queda. Infelizmente, a manobra não teve sucesso.

Aproximadamente um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o impacto do avião com o solo. Durante esse tempo, conforme relatam os investigadores, o áudio registra a tentativa da tripulação de reagir à situação. A gravação termina com gritos e o som do estrondo da aeronave ao colidir com o chão.

Investigação
O ATR 72-500 possui hélices localizadas na parte superior da fuselagem, muito próximas à cabine de comando. De acordo com os investigadores, isso gerou um grande ruído, dificultando a compreensão dos diálogos registrados. Mesmo assim, em uma análise preliminar, o Cenipa não identificou sons característicos de alertas que poderiam orientar a investigação das causas, como alarmes de presença de fogo, falha elétrica ou pane no motor.

Nessa avaliação inicial, os dados da caixa-preta ainda não permitem confirmar ou descartar a principal hipótese levantada pelos especialistas nos últimos dias: a de que o avião teria caído devido à formação de gelo nas asas, resultando em perda de estabilidade ("estol", no jargão técnico).

A confirmação da causa do acidente dependerá da análise de mais registros das caixas-pretas e da integração de todas essas informações. O relatório preliminar sobre o caso deve ser concluído em 30 dias, período no qual os investigadores esperam esclarecer o "contexto" da tragédia, que ainda permanece desconhecido.

Auxílio estrangeiro
Engenheiros da empresa francesa ATR, fabricante do avião, e da canadense Pratt & Whitney, responsável pelo motor, passaram a manhã de quarta-feira (14) na sede do Cenipa, em Brasília. Os trabalhos também contam com o apoio de representantes da BEA e da TSB, órgãos responsáveis pela segurança de voos na França e no Canadá, que possuem amplo conhecimento dos sistemas desse modelo de aeronave.

A participação das equipes estrangeiras faz parte de acordos internacionais de cooperação, acionados sempre que ocorre um acidente aéreo como o da última semana.

Cenipa se manifesta após reportagem
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou nesta quinta-feira (15), em nota, que nenhum veículo de imprensa teve acesso a áudios, transcrições ou dados dos gravadores de voo do avião matricula PS-VPB da Voepass, envolvido no acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo.

O Cenipa destaca, na nota, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1966 (Código Brasileiro de Aeronáutica - CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil, de 1944. "Por fim, a FAB reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como com o respeito à dor dos familiares das vítimas do acidente".

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