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29/07/2024 às 12h35min - Atualizada em 30/07/2024 às 00h03min

O governo brasileiro vai reconhecer a vitória de Maduro nas eleições venezuelanas?

Lula silencia sobre vitória de Maduro, Boric diz que é 'difícil de acreditar' e EUA citam 'preocupação'

Redação BBC / Don Carlos Leal
BBC NEWS
Apoiadora de Maduro comemora resultado das eleições; alguns países criticaram o processo e outros parabenizaram presidente. - Foto: Reuters / Reprodução
Após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dando a vitória ao presidente Nicolás Maduro nas eleições deste domingo (28/7), alguns presidentes de esquerda, como da Bolívia e de Honduras, parabenizaram Maduro, enquanto outros chefes de Estado criticaram a lisura do processo. Os mandatários de Brasil, Colômbia e México, todos à esquerda e com laços históricos com o chavismo, não haviam se manifestado diretamente sobre o resultado — contestados pela oposição — até a publicação desta reportagem. O Itamaraty afirmou que o governo brasileiro aguarda "a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito". O presidente do Chile, Gabriel Boric, de esquerda, mas crítico de Maduro, disse que não reconhecerá "nenhum resultado que não seja verificável". De Tóquio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que seu país tem "sérias preocupações" sobre o resultado anunciado. Blinken disse que os EUA estavam preocupados com o fato de o resultado não refletir nem a vontade e nem os votos dos venezuelanos. O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse: "O povo da Venezuela votou sobre o futuro de seu país de forma pacífica e em grandes números. A sua vontade deve ser respeitada. Garantir transparência completa no processo eleitoral, incluindo na contagem de votos e acesso aos registros de voto nas zonas de votação, é vital". Já o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, de direita, chamou o processo eleitoral venezuelano de "viciado" e disse que "não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma dos mecanismos utilizados para chegar a ele". A conta oficial da presidência da Costa Rica emitiu um comunicado ainda na madrugada repudiando "categoricamente" o resultado da eleição venezuelana, considerada "fraudulenta". O Peru também criticou a eleição venezuelana. O ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier Gonzalez-Olaechea, disse que condena "a soma de irregularidades com a intenção de cometer fraudes pelo governo venezuelano". O Peru convocou o embaixador venezuelano para consultas. O presidente da Guatemala, Bernardo Arevalo, disse que a Venezuela "merece resultados transparentes e precisos que adiram ao desejo do seu povo".

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