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19/07/2024 às 09h42min - Atualizada em 19/07/2024 às 09h42min

Ensaio propõe que em doses baixas, anestésico permite até 90% de abstinência do álcool

A dr0ga pode diminuir o desejo de consumir bebidas alcoólicas

Redação do PW / Don Carlos Leal
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É importante ressaltar que o uso da cetamina deve ser supervisionado por um profissional de saúde e não como automedicação. - Imagem: Ilustrativa / Reprodução
A cetamina é um anestésico geral, indicado para intervenções cirúrgicas que não necessitam de relaxamento muscular. Porém, seu potencial terapêutico vem sendo estudado há mais de duas décadas para outros fins, como dor crônica, transtorno depressivo maior e esquizofrenia refratária. Seus efeitos antidepressivos já estão descritos há duas décadas, mas seu uso como antidepressivo ainda é off-label é muito restrito. O seu enantiômero, a escetamina (Spravato), já foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para uso em pacientes com transtorno depressivo maior, resistente ao tratamento.

Um grande ensaio clínico propôs o uso da cetamina como adjuvante no tratamento do transtorno por abuso de álcool. Os estudos preliminares já apresentaram bons resultados, e o grupo pretende recrutar até 300 participantes para as próximas fases. Além disso, o grupo publicou um trabalho no qual os pacientes relatam as experiências vividas nos ensaios clínicos, quando em uso da dr0ga. 

Sintomas depressivos são geralmente comuns em pacientes com transtorno por abuso de álcool, e a probabilidade de recaída em pacientes que apresentam é maior. Essa é uma das justificativas que apoiam o estudo da cetamina como adjuvante no tratamento do alcoolismo. O estudo KARE (Ketamine for reduction of Alcohol Relapse) parece ser pioneiro em avaliar se doses baixas da droga podem ser benéficas para pacientes com uso abusivo de álcool. Foram avaliados quase 100 pacientes em um período de 6 meses.

Os pacientes foram divididos em quatro grupos: medicamento + psicoterapia, medicamento + material educacional, placebo + psicoterapia e placebo + material educacional. Segundo os autores, a cetamina aumentou o número de dias de abstinência de álcool em comparação com o placebo. Essa diferença é mais evidente no grupo medicamento + psicoterapia.

Antes de iniciar o estudo, os pacientes ingeriam bebidas alcoólicas todos os dias, em uma média de 50 litros de cerveja por semana. Com uso combinado do medicamento e psicoterapia, houve quase 90% de abstinência. Ou seja, dos 180 dias avaliados, mais de 160 foram livre de bebidas alcoólicas.

Também houve melhora da função hepática, e melhora dos sintomas depressivos associados no grupo dos pacientes tratados. Em um artigo separado, os autores publicaram as experiências relatadas dos participantes do estudo. O objetivo foi avaliar como os pacientes se relacionavam com os mecanismos terapêuticos propostos, no contexto de um ensaio clínico.

Foram realizadas 12 entrevistas com pacientes que receberam infusão de cetamina, no estudo de fase II. De forma geral, os pesquisadores identificaram seis temas-chave dentro nas entrevistas:

Os participantes relataram mais de uma motivação para a participação. As principais foram a preocupação com o uso do álcool, “chegada ao fundo do poço” e até mesmo curiosidade com o ensaio clínico;

O cenário e o ambiente influenciam na resposta. Participantes que já tiveram experiências anteriores com infusão de drogas ou alteração de consciência respondiam diferente daqueles que nunca tiveram. Alguns se preparam antes, conversando com amigos sobre “o que esperar” com o uso de alucinógenos;

Dentre os sintomas relatados, houve dissociação e sentimentos de conexão contraditórios. Segundo os autores, os pacientes relatavam como uma “montanha-russa” de emoções. Houve efeitos positivos e efeitos negativos;

Houve relatos de distorção da percepção ambiental – visual e auditiva;

Houve relatos de experiências místicas, espirituais, significativas para o paciente. Cada paciente apresentou de acordo com a sua crença individual, mas a essência da experiência é a mesma, e os relatos também são semelhantes;

Um paciente relatou efeitos transformacionais. O que sentiram foi capaz de alterar sua relação com o álcool, de forma que este não é mais prioridade na sua vida.

"O comportamento pode mudar por vários motivos que não tem a ver com o experimento". 

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