08/05/2024 às 18h50min - Atualizada em 08/05/2024 às 18h50min
Federação estima que enchentes atingem 87% dos empregos industriais do RS
Os polos industriais mais importantes do estado, que empregam mais de 400 mil pessoas, foram fortemente atingidos pelos alagamentos
Bruna Miato / Don Carlos Leal
G1
Imagem de drone feita em 5 de maio de 2024 mostra casas destruídas pelas enchentes em Jacarezinho, no Rio Grande do Sul. - Foto: Reuters / Diego Vara / Reprodução A situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, causada pelas fortes chuvas e enchentes que já deixaram 100 mortos, centenas de desaparecidos e mais de 200 mil desalojados, também já impactou os empregos e a economia do estado. Segundo estimativas da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), os 336 municípios que tiveram a calamidade pública decretada, representam 87,2% dos empregos industriais da região. A federação explica que os locais mais atingidos pelas cheias históricas incluem os principais polos industriais do estado, responsáveis por "segmentos significativos para a economia".
Entre os locais, a FIERGS destaca: o Vale dos Sinos, que emprega cerca de 160 mil pessoas e tem força na produção de calçados; a Região Metropolitana, que emprega cerca de 127 mil pessoas e tem força na produção de veículos, autopeças, máquinas, derivados de petróleo e alimentos; a Região da Serra, que emprega cerca de 115 mil pessoas e tem força na produção de veículos, máquinas, produtos de metal e móveis.
Além destes, a federação pontua que foram impactados o Vale do Rio Prado, que produz carnes, massas e tabaco, e o Vale do Taquari, com carnes, calçados e produtos químicos. O presidente em exercício da FIERGS, Arildo Bennech Oliveira, afirma que as perdas econômicas no Rio Grande do Sul são "inestimáveis no momento".
"Uma infinidade de empresas teve suas dependências completamente comprometidas. Além dos danos gigantescos de capital, os problemas logísticos devem afetar de forma significativa todas as cadeias econômicas do estado", comenta.
O executivo acredita que a situação provocada pelas enchentes pode levar ao fechamento de muitos postos de trabalho, caso o governo não intervenha. Isso porque, em diversos locais, os estragos demandarão não apenas a desobstrução das estradas e empresas, mas também um trabalho de reconstrução.
O levantamento da FIERGS também estima que os municípios em calamidade pública representam: 80,3% do Valor Adicionado Bruto (VAB); 78,2% do VAB industrial; 86,4% dos estabelecimentos industriais; 89,1% das exportações da Indústria de Transformação; 83,3% da arrecadação de ICMS com atividades industriais.
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