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05/05/2024 às 17h51min - Atualizada em 05/05/2024 às 17h51min

Milhares de ilhados e fake news marcam 4º dia de maior desastre do RS

Mais de 20 mil foram resgatados, mas muitos seguem em telhados. Notícias falsas atrapalharam resgate e causaram pânico na população

Thalys Alcântara / Don Carlos Leal
METRÓPOLES
Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores tragédias. - Foto: Reprodução
O Rio Grande do Sul chegou ao número de 136 mortos em razão dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. No boletim da Defesa Civil divulgado neste sábado (11), o estado ainda contabilizava 125 desaparecidos e 756 feridos. O estado ainda registra 441,3 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 71,3 mil pessoas em abrigos e 339,9 mil pessoas desalojadas (na casa de parentes ou amigos).

Do total de 497 municípios gaúchos, 444 relataram problemas decorrentes da chuva. A situação afeta 1,95 milhão de pessoas.

Mortes: 136
Desaparecidos: 141
Feridos: 756
Pessoas em abrigos: 71.398
Pessoas desalojadas: 339.928
Pessoas resgatadas: 74.153
Animais resgatados: 10.348
Pessoas afetadas: 1.951.402
Municípios afetados: 444

Voltou a chover em Porto Alegre e outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada. A previsão para a próxima semana é de que faça frio, inclusive com possibilidade de geada.

O quarto dia do maior desastre natural do Rio Grande do Sul foi marcado por milhares de resgates de pessoas ilhadas em telhados e por informações falsas que chegaram a atrapalhar o socorro. Durante todo o dia de sábado (4/5), equipes de resgate dos governos federal e estadual se concentraram em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre que enfrentam inundações. Os principais focos do socorro foram Canoas, Eldorado e Alvorada.

Desespero e fake news
Em Canoas, cerca de 600 pessoas foram resgatadas em uma igreja, entre elas idosos. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), disse no começo da noite de sábado que ainda havia muita gente esperando resgate. “É uma situação dramática, você anda na cidade é uma desolação, as pessoas estão andando de um lado para o outro. As pessoas não têm para onde ir. É um cenário de guerra”, desabafou o prefeito de Canoas.

Durante a manhã de sábado, houve o rumor de que nove pessoas teriam morrido na UTI do hospital de Canoas por causa da enchente, mas a informação não era verídica. O próprio prefeito chegou a receber a informação errada em um primeiro momento.

Ainda no sábado, a PM suspendeu as buscas em Canoas com uso de barcos por cerca de 2 horas após uma notícia falsa se espalhar de que haveria risco de dar choque na água. No entanto, tudo não passava de um boato. Também houve informações falsas de rompimento completo de diques. “Essas fake news atrapalham muito”, lamentou o prefeito.

Também no sábado, o governador do Rio Grande do Sul (PSDB) se reuniu com os ministros da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, e de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. No começo da noite, Leite falou com a imprensa ao lado dos ministros. O governador defendeu que as diferenças políticas devem ser colocadas de lado e que é preciso pensar num plano de reconstrução dos municípios destruídos pelas chuvas intensas.

“O Rio Grande do Sul vai precisar de uma espécie de um Plano Marshall, aquele de reconstrução da Europa após a guerra, de um plano de excepcionalidade em processos, em recursos, em medidas absolutamente extraordinárias. Porque, como eu insisto, quem já foi vítima da tragédia não pode ser vítima, depois, da desassistência e da demora e da burocracia”, afirmou o governador.

O governo federal está atuando na região do desastre com 29 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações. O efetivo é de quase mil militares das Forças Armadas. Já o Ministério do Desenvolvimento Social disponibilizou, até o momento, 92 mil cestas básicas, sendo que 52 mil já estão em processo de entrega à população e as outras 40 mil estão em trânsito.

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