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28/01/2024 às 14h52min - Atualizada em 28/01/2024 às 14h52min

​Dengue: 12 brasileiros morreram com a doença apenas em 2024

Até o momento, 12 mortes foram confirmadas e outras 85 estão sob investigação. No sábado (27/1), Minas Gerais decretou situação de emergência

Mayara Souto / Don Carlos Leal
CORREIO BRAZILIENSE
Mutirão contra a dengue no Recanto das Emas. Bombeiros vistoriando casas com possíveis foco da dengue na quadra 802. - Foto: Minervino Júnior / CB / D.A.Press / Reprodução
O cenário epidemiológico da dengue no Brasil está cada vez mais grave. Nos primeiros 27 dias de 2024 já ocorreram 12 mortes em decorrência da doença — sendo que há ainda 85 em investigação — e mais de 120 mil casos prováveis em todo país. Os dados são do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados ontem. Devido à situação, Acre, Distrito Federal e Minas Gerais decretaram situação de emergência.

O governo de Minas Gerais publicou, ontem, decreto emergencial em virtude das 11.490 confirmações de dengue nas três primeiras semanas do ano. A medida permite que o governador tome atitudes administrativas para conter o avanço da doença — como a aquisição de insumos, materiais, e contratação de serviços necessários. O texto ainda instala o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, coordenado pela Secretaria de Saúde, para acompanhar a evolução dos casos. O decreto tem vigor de 180 dias.

Conforme o painel, apesar de Minas Gerais estar em terceiro lugar no número de incidência da dengue, os casos prováveis contabilizam 34.198 — mais que todos os outros estados que formam o ranking. A possível confirmação da doença nessas pessoas pode inserir MG em patamar similar ao mais grave do Brasil atualmente.

O Distrito Federal lidera a taxa de incidência de dengue por 100 mil habitantes. O valor (551,7) é mais que o dobro do registrado no Acre e três vezes mais alto do que Minas Gerais. Em apenas três semanas, o número de registros chegou a 17.150 — que é 646% superior ao mesmo período de 2023. Desde a última quinta-feira, o DF está em estado de emergência. O governo afirmou que há risco de epidemia.

O Acre foi a primeira unidade a declarar situação de emergência por conta da dengue, ainda na primeira semana de 2024. Naqueles dias, o número de contaminados chegou a 1.205 — 800% a mais (133 infectados) que o mesmo período no ano anterior. “Esse decreto foi publicado para que fosse desenhado um plano de ação que já está pronto, com orientações a cada nível de gestão, municipal, estadual e da União. Com isso, queremos também garantir repasses mais efetivos”, destacou o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal.

O quarto estado com maior taxa de incidência da dengue é o Paraná (145,1). Na sexta-feira, a Secretaria de Saúde do estado enviou ofício ao Ministério da Saúde reclamando do número de doses que receberia da vacina Qdenga. O imunizante do laboratório Takeda será fornecido, inicialmente, para 16 estados e o Distrito Federal.

Trinta municípios do Paraná receberão as doses. Porém, a nota diz que “são insuficientes diante do cenário epidêmico”. O número de cidades paranaenses, no entanto, é maior do que o de estados com maior incidência da doença. Minas Gerais, por exemplo, receberá as vacinas em 22 cidades. No Acre, as unidades serão encaminhadas a 11.

Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, o estado tem 16.693 casos confirmados em 279 municípios dentro do atual ciclo epidemiológico. O texto ainda informa que o Paraná pode começar a imunização a qualquer momento, antes mesmo da previsão do governo federal, marcada para fevereiro. O esquema vacinal é composto por duas doses com o intervalo de três meses entre elas.

Inicialmente, serão disponibilizadas 757 mil doses da vacina para todo o país. Pela insuficiência de imunizantes, devido à limitação de produção, o Ministério da Saúde adotou critérios de prioridade para distribuí-los. Os 521 municípios e o Distrito Federal têm algumas particularidades: são cidades de grande porte (com mais de 100 mil habitantes) que apresentam alta transmissão da dengue; apresentaram os maiores números de casos em 2023 e 2024; e convivem com o sorotipo DENV2 (considerado com maior chance de agravamento) predominante.

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