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12/01/2024 às 16h06min - Atualizada em 12/01/2024 às 16h06min

​Perícia aponta que jovens poderiam ter sobrevivido se tivessem ficado fora de BMW

Os laudos da Polícia Científica apontaram que os quatro jovens perderam a vida por causa de asfixia provocada por monóxido de carbono

Talita Catie
NSC TOTAL
Registro de quando Nicolas ajudou Geovana com as malas na rodoviária, durante a madrugada. - Foto: Globo / Reprodução
Os laudos da Polícia Científica apontaram que os quatro jovens encontrados mortos dentro de uma BMW em Balneário Camboriú perderam a vida por causa de asfixia provocada por monóxido de carbono. Três deles tinham níveis acima de 50%, já considerado mortal. O quarto beirava esse valor. Mas as imagens deles saindo e entrando no carro algumas vezes durante aquela madrugada fatal de 1° de janeiro trazem à tona uma triste constatação: se tivessem optado por ficar fora do veículo quando começaram a passar mal, poderiam ter sobrevivido.

— A ligação do monóxido de carbono com a hemoglobina é uma ligação reversível. Por isso que demoraram tanto [a morrer]. Porque eles saíam e o corpo começava a reverter a situação. Quando eles entravam [no carro], intoxicava de novo. Se eles tivessem ficado fora do carro, eles teriam sobrevivido. Teria uma chance — afirma a perita Criminal Bioquímica, Bruna de Souza Boff.

Os testes realizados na BMW mostraram 1000 ppm de monóxido de carbono no capô e que estava entrando no carro pelo ar-condicionado. O número é o máximo que o equipamento registra. A título de comparação, no carro original, na saída do escapamento, esses valores seriam entre 30 e 40 ppm. A alta concentração do gás aliada a uma exposição de cerca de quatro horas, desencadeou a asfixia que resultou nas mortes.

— É uma morte lenta porque é como se estivesse tirando oxigênio de você. Você respira cada vez mais fundo, só que não entra oxigênio, entra monóxido de carbono. Isso diminui muito a alimentação de oxigênio nos tecidos cerebrais, cardíacos, renais, que são os principais. E aí vai se lesando cada vez mais, até o óbito — explica o diretor de Medicina Legal, o perito médico legista Fernando Oliva da Fonseca.

Fonseca frisa que o monóxido de carbono não tem cheiro, é difícil de ser percebido e no caso dos jovens foi diagnosticado por causa da alteração na coloração sanguínea. Essa face oculta do gás o torna mortal

— Você não sente que está respirando monóxido de carbono. Você vai começar a sentir sintomas gerais, como eles sentiram: dor de cabeça, náusea. Com esses sintomas, pode ser qualquer coisa. Ninguém lembra na hora que pode ser monóxido de carbono.

Relembre o caso que chocou o Brasil
Os quatro jovens morreram na manhã de segunda-feira (1º). O Samu encontrou as vítimas em parada cardiorrespiratória dentro de uma BMW no estacionamento da rodoviária de Balneário Camboriú, onde tinham ido buscar Geovana, namorada de Gustavo. Com ajuda de populares, eles foram colocados na calçada para receber socorro. Após 40 minutos de tentativas de reanimá-los, eles faleceram.

Geovana contou que os amigos chegaram à rodoviária por volta das 3h15min reclamando de enjoo e tontura. Como o trânsito congestionado para voltarem à Grande Florianópolis, onde moravam, os jovens decidiram ficar dentro do carro, com o ar-condicionado ligado, até melhorarem. Ela teria optado por esperar do lado de fora do veículo e às 7h foi ver como eles estavam. Nesse momento teria visto o namorado sangrando pela boca e os demais com olhos avermelhados.

Ela pediu ajuda para ligar para o Samu, que disse ter chegado ao local em oito minutos. Todos foram declarados mortos ainda na rodoviária. Segundo o relato de Geovana, o intervalo entre a última vez que falou com os amigos até o momento de perceber que eles não estavam respirando seria de aproximadamente 40 minutos, conforme a Polícia Civil. Imagens das câmeras de segurança da região foram solicitadas para perícia.

A polícia fez coleta de exames para esclarecer o que levou às paradas cardiorrespiratórias. Entretanto, uma análise prévia da BMW indicou que houve um vazamento entre o motor e o painel do carro, possivelmente causando intoxicação e asfixia por monóxido de carbono. Familiares teriam contado na delegacia que recentemente houve customização do escapamento do carro. Os corpos não tinham sinais de violência e a Polícia Militar disse não ter encontrado vestígios de álcool e drogas no carro.

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