25/04/2023 às 00h01min - Atualizada em 25/04/2023 às 00h01min
Você acha que devemos falar menos e escutar mais as crianças para cuidar da saúde mental delas?
Doutora em psicanálise pela USP revela lista dos sintomas mais gritantes entre adolescentes, como "aqueles que estão sempre ansiosos , sempre chorosos", e o que fazer
Vera Iaconelli / Don Carlos Leal
G1
Saúde mental de adolescentes: riscos e ajuda - Foto: Kindel Media / Pexels / Reprodução Sem testes prévios ou um plano de voo traçado com cuidado, crianças e adolescentes foram empurrados para as telas de forma precoce quando a pandemia, em seu momento mais crítico, brecou os contatos físicos e pausou as aulas presenciais. Agora, o uso irrestrito da internet e de redes sociais por adolescentes equivale a "deixar uma criança em praça pública e depois voltar para ver o que aconteceu", nas palavras de Vera Iaconelli, doutora em psicanálise pela USP, diretora do Instituto Gerar de Psicanálise e colunista do jornal Folha de S.Paulo. "Aquilo que poderia ter levado mais anos foi acelerado e a gente 'liberou geral' para este uso. E, agora, retroceder isso, tirar o uso de um produto que é totalmente aditivo, ou seja, que cria dependência psíquica, é um processo que vai depender de algumas ações importantes dos pais, da sociedade, do Estado". Mas, como explica a especialista, é possível identificar os sinais de alerta mais perceptíveis em crianças e adolescentes e saber quando é preciso buscar ajuda profissional por causa dos danos na saúde mental. "Ficar lá no mundinho dele faz parte. Mas a gente tem, no dia a dia, algumas coisas, por exemplo, coisas físicas. A criança está se alimentando? A criança está cuidando do corpo? Ela está dormindo? Como é a aparência dessa criança? Está muito fragilizada? Engordou demais, emagreceu demais? Não dorme, troca o dia pela noite? Coisas que são muito fora do que é desejável", diz ela. "Outras coisas são aquelas crianças que estão sempre tristes, aquela criança que não conversa nunca, que você não consegue tirar um sorriso, não quer estar nunca com você ou com os adultos da família também é uma questão a se pensar", complementa. De acordo com Vera, também é válido observar se ele fica sozinho algumas vezes, mas se tem amigos, se sai e vai em festas com a turma e se tem uma vida social, por exemplo.
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