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07/04/2023 às 08h24min - Atualizada em 07/04/2023 às 08h24min

Professor de Joinville apoia ataque em creche de SC e é denunciado por alunos

O professor teria entrado no debate e dito que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”.

Lucas Koehler
NSC TOTAL
Secretaria de Estado de Educação informou, em nota, que "está tomando todas as medidas cabíveis" - Foto: Reprodução
Pais e alunos da escola estadual Georg Keller, em Joinville, querem a expulsão de um professor após ele fazer comentários agressivos sobre a morte das crianças em ataque à creche de Blumenau. Em um vídeo gravado por estudantes, é possível ouvi-lo dizer que “mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”. A Secretaria de Estado de Educação informou, em nota, que "está tomando todas as medidas cabíveis" e fará a "verificação dos fatos para dar andamento ao processo".

Dois alunos e a mãe de um estudante da escola confirmam a história e se revoltam com o caso. Uma garota, aluna do primeiro ano do ensino médio, conta que a turma ficou sabendo do ataque em Blumenau e passou a conversar sobre a tragédia, em seguida, o professor teria entrado no debate e dito que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”. 

Além deste episódio, os alunos afirmam que o professor faz, frequentemente, comentários preconceituosos e de ódio, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e apologia ao suicídio. Em um dos casos, a garota conta que uma das estudantes disse estar triste durante a aula, e o professor teria sugerido que a menina se suicidasse para “poupar oxigênio no mundo”. — Ele diz que mulher não deve ter os mesmos direitos dos homens. Ele xinga nas aulas. Ninguém gosta das aulas dele, todos ficam desanimados. O que ele ensina é errado — ressalta. 

Outro estudante da escola reforça o caso do incentivo ao suicídio de alunos e, diz ainda, que o professor ri após fazer comentários violentos. Além de usar termos como “bixinha” para as pessoas na sala de aula. — Quando ele falava de aparência ou fazia piadas sem graça, normalmente é ignorado. Mas, na sala, por conta de ficarmos nervosos com o que ele falava, alguns riem, mas não por maldade — conta. 

O aluno expõe, ainda, outros casos de preconceito por parte do professor em sala de aula. — Ele já praticou xenofobia com alunos venezuelanos. Além de intolerância religiosa com alunos, xinga as crenças deles — desabafa. "Me assusta esse tipo de comportamento", diz mãe de aluna. A mãe de uma estudante reforça que o comportamento do professor é frequente, incluindo incitação à violência e o uso frequente de xingamentos. 

Ela explica que os pais e responsáveis já estão em pânico após o ataque em Blumenau, e a situação se agrava ao saber das atitudes do professor, sendo que ele pode motivar a violência na escola. — Me assusta esse tipo de comportamento vir de um professor em sala de aula. Uma fala como esta é repudiante, um professor que deveria ser exemplo dentro da sala. Imagina se algum dos alunos já têm um pensamento de fazer atrocidades, a fala do professor só reforça a ideia do ódio — expressa. 

Outra mãe de uma aluna expõe que os casos acontecem há anos, incluindo piada com a religião de sua família e outros tipos de violência praticados pelo professor, como chamar uma aluna grávida de “inútil”, fazer um estudante comer uma bolinha de papel e uma briga, incluindo agressão física, com outro aluno fora da escola. 

Todas as fontes contam que os alunos e pais já foram à direção pedir o afastamento ou expulsão do professor, porém, recebem uma resposta padrão, inclusive em grupos de aplicativos, mas de pouca eficiência. —  Os alunos vão à diretoria pedir pra ele sair, os pais também, caso nada seja feito com ele um grande número de alunos sairá da sala nas aulas dele — conta um dos estudantes.  Já a mãe expõe que recebeu uma resposta “padrão” da diretoria: “Entendo sua indignação e estamos solidários. Esse tipo de comportamento deve ser combatido. Estamos tratando disso junto ao órgão competente”.

Confira a íntegra da nota da secretaria: "A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da coordenadoria regional de Joinville, informa que está ciente da situação envolvendo um professor na EEB Dr. Georgi Keller e está tomando todas as medidas cabíveis. Neste primeiro momento, será realizada a escuta junto a direção da escola para verificação dos fatos para dar andamento ao processo. A SED salienta que, visando o fortalecimento socioemocional, o currículo catarinense trabalha com competências e habilidades que ampliam o respeito e a empatia na sociedade. As coordenadorias regionais também contam com profissionais como psicólogos e assistentes sociais, que compõem o Núcleo de Prevenção às Violências Escolares (NEPRE), para dar suporte às escolas e estudantes."

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