21/08/2022 às 08h51min - Atualizada em 21/08/2022 às 08h51min
As redes sociais têm o poder de revelar estratégias dos candidatos nas Eleições 2022
Reportagem selecionou quatro redes sociais mais populares para comparar o total de seguidores dos candidatos a presidente
Carolina Marasco
NSC TOTAL
Pódium mostra "vitória" de Bolsonaro nas redes sociais - Foto: Arte: Ciliane Pereira Você pode já ter ouvido que “as aparências enganam”. Se fôssemos adaptar esta frase para a realidade das Eleições 2022, poderíamos dizer até que “os seguidores enganam”. Afinal, nem sempre é possível fazer a relação direta entre o número de engajamento de alguma rede social com o número de eleitores. Porém, mais do que quantidade de votos, as plataformas revelam uma característica importante na campanha eleitoral: por meio dos sites, podemos entender mais sobre o que há por trás das estratégias de cada candidato.
Para fazer esta análise, a reportagem selecionou quatro redes sociais que estão entre as mais populares para comparar o total de seguidores dos candidatos ao cargo de presidente. TikTok, Instagram, Twitter e Facebook fazem parte do levantamento. Ao somarmos os dados de seguidores — até o dia 17 de agosto — percebemos que, se a eleição levasse em conta estes dados, Jair Bolsonaro (PL) estaria com larga vantagem contra os outros candidatos.
O número de seguidores do atual presidente chega a aproximadamente 44 milhões. Nem mesmo somando a quantidade de Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT) este total é alcançado. O candidato petista é o segundo mais seguido, com cerca de 15 milhões, e o pedetista chega a quase 3 milhões. Ou seja, juntos, Lula e Ciro chegam a pouco mais de 18 milhões de usuários engajados nos perfis destas quatro redes sociais.
No Instagram, uma das plataformas mais utilizadas na atualidade, Bolsonaro ganha dos outros postulantes à presidência com ampla vantagem. São 20 milhões de seguidores somente na rede. Contra este dado, por exemplo, Lula teria apenas 5 milhões de seguidores no mesmo aplicativo. Ciro chega a ter apenas um pouco mais de 1,2 milhão. O pedetista, por exemplo, perde até para o candidato do Pros, Pablo Marçal — que acumula mais de 2 milhões de seguidores somente no Instagram.
O perigo nos algoritmos e nas regulações A reflexão sobre a relação entre redes sociais e eleitores ganha um novo patamar quando buscamos entender como cada plataforma funciona. Regradas por sistemas de automação conhecidos como algoritmos, as contas de redes sociais priorizam mostrar conteúdos que tenham mais afinidade com o usuário. Ou seja, se o eleitor consome perfis de esquerda, cada vez mais terá recomendações com esse discurso. E vice-versa.
Dessa forma, os usuários acabam vivenciando uma certa restrição do conteúdo que irão receber. O que, para o processo democrático, pode ser visto como um ponto negativo e prejudicial. Moisés Cardoso, Doutor em Comunicação e Linguagens, considera que os seguidores possam cair em uma “armadilha muito grande” ao serem cada vez mais recomendados a consumir postagens que representam apenas um lado da política ou apenas uma vertente de pensamento. E quando pensamos em fake news, por exemplo, o risco é ainda maior tendo em vista a dificuldade destes usuários em acessar o conteúdo que desmente cada post.
Para combater essa disseminação, por vezes, o cerceamento de plataformas é uma estratégia utilizada. O bloqueio de disparos pelo WhatsApp é visto até, como um tipo de censura na visão do especialista. Assim, a possibilidade para lutar contra a proliferação de notícias falsas acaba perdendo uma importante arma. A restrição vale para todos, seja em envios em massa de notícias falsas como para o envio em massa de notícias verdadeiras.
Frente a todos esses dados e olhares, o especialista mostra caminhos que podem ser seguidos, já que estamos falando de seguidores fiéis, não é mesmo? Como primeiro ponto desse enfrentamento contra a “bolha” da internet, Cardoso aponta a necessidade de seguirmos perfis de diferentes visões.
Pluralidade e diversidade, afinal, são duas características extremamente relevantes para a democracia. Como segundo ponto, o especialista cita uma das ações mais importantes que pode ser feita contra as fake news: não compartilhar informações que não possuem checagem ou fonte confiável. Se recebeu e desconfiou, a melhor atitude é procurar veículos que possam checar os dados. Só com responsabilidade e transparência, as redes sociais podem se tornar uma arena mais justa.
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