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29/05/2021 às 06h30min - Atualizada em 29/05/2021 às 06h30min

Estudos indicam que a imunidade pós-infeção de Covid pode durar anos ou até a vida inteira

E a vacinação contribui para que a imunidade seja cada vez mais duradoura

https://visao.sapo.pt/visaosaude/2021-05-27-covid-19-imunidade-pos-infecao-pode-durar-anos-ou-ate-a-vida-inteira-concluem-dois-estudos/
Estudo publicado na "Nature Medicine" analisou 37 pacientes assintomáticos e 37 sintomáticos - FOTO: Reprodução
As células que retêm memória do vírus, denominadas células B de memória e que são produzidas em resposta à infecção pelo coronavírus, permanecem na medula óssea, tendo a capacidade de produzir anticorpos sempre que seja necessário. Dois estudos recentes, que analisaram pessoas que tinham sido infectadas com o coronavírus um ano antes, concluíram que a imunidade ao vírus pode durar anos ou, quem sabe, a vida inteira. E a vacinação ajuda a que a imunidade seja cada vez mais duradoura, já que as duas investigações sugerem que a maioria dos recuperados da doença e que foram vacinadas contra a Covid-19 não devem precisar, mais tarde, de reforços.

Mas como é que a imunidade se mantém durante tanto tempo, afinal?
Uma das investigações, publicada esta segunda-feira na revista científica Nature, deu conta de que as células que retêm memória do vírus permanecem na medula óssea, tendo a capacidade de produzir anticorpos sempre que seja necessário. O outro estudo, publicado no site de investigação BioRxiv, deu conta de que essas células, denominadas células B de memória e que são produzidas em resposta à infecção pelo coronavírus, continuam a amadurecer e a fortalecer-se durante, pelo menos, 12 meses após a infeção inicial.

Quando encontram um vírus novo, as células B proliferam de forma rápida e passam a produzir anticorpos em grandes quantidades. Quando a infecção aguda é resolvida, um pequeno número de células passa a “morar” na medula óssea, produzindo continuamente pequenos níveis de anticorpos. Apesar de os níveis de anticorpos no sangue diminuírem drasticamente após haver infecção aguda por Covid-19, as células B de memória permanecem na medula óssea e fazem o seu trabalho assim que seja necessário.

Os investigadores deram conta, a partir das amostras de medula óssea de alguns dos participantes doadas sete ou oito meses após a infecção inicial, e novamente quatro meses depois, que o número de células B de memória permaneceu estável ao longo desse tempo.

De acordo com Michel Nussenzweig, imunologista da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, EUA, as células B de memória são tão potentes que conseguem combater até várias variantes do vírus, disse o investigador ao New York Times. À medida que as células B de memória continuaram a evoluir, explicam os investigadores, os anticorpos produzidos por elas desenvolveram a capacidade de neutralizar um grupo ainda mais amplo de variantes, que acrescentaram que, um ano após a infecção, a atividade neutralizante nas pessoas que não foram vacinados foi menor contra todas as formas do vírus, principalmente em relação à variante da África do Sul.

Em novembro do ano passado, um estudo realizado por investigadores do La Jolla Institute of Immunology, em San Diego, Califórnia, EUA, tinha já concluído que a imunidade à Covid-19 podia persistir durante anos ou décadas, sendo o primeiro a mapear a resposta imunológica ao novo coronavírus. A investigação, que incluiu quase 200 homens e mulheres que tinham sido infectados com Covid-19, entre os 19 e os 81 anos, deu conta de que, oito meses após a doença, a maioria das pessoas recuperadas ainda tem células imunológicas suficientes para a prevenir.

Contudo, em abril deste ano, um estudo publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine concluiu que a infecção pelo novo coronavírus garante alguma proteção à população mais jovem, mas não uma completa imunidade contra uma possível reinfecção. A investigação, que teve em conta dados de mais de três mil norte-americanos, principalmente homens, entre os 18 e os 20 anos, concluiu que, ainda que se desenvolvam anticorpos após a recuperação da Covid-19, é conveniente receber a vacina de modo a estimular a resposta imunitária e evitar reinfecções.

Ainda é difícil perceber quanto tempo é que, de facto, as pessoas ficam imunes, não só depois de terem sido infectadas com o coronavírus, mas também depois de serem inoculadas com a vacina. À VISÃO, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes explicou que, apesar de a imunidade conferida pelas vacinas começar a surgir ao fim de sete dias, deve considerar-se 10 a 14 dias como o período, ao fim do qual, se atinge 90% de imunidade. Este período e percentagem são, segundo o epidemiologista, “bastante constantes entre todas as vacinas”.

Quando questionado sobre quanto tempo dura a imunidade após a segunda dose da vacina, o especialista referiu que, uma vez que os ensaios clínicos de todas as vacinas atualmente aprovadas foram feitos há menos de um ano, ainda não se sabe exatamente, acrescentando, “o mais certo é durar muitos meses”.

Nussenzweig explicou que pessoas que estiveram infectadas com Covid-19 e foram vacinadas, posteriormente, contra a doença “têm uma resposta excelente, um conjunto incrível de anticorpos, porque continuam a desenvolver esses anticorpos”.

Resposta imunológica diferente
É importante salientar, contudo, que a memória imunológica é diferente depois da inoculação com a vacina contra a Covid-19, em comparação com a que existe depois de haver infecção “natural” com Covid-19, o que significa, de acordo com Nussenzweig, que quem não teve Covid-19 e já recebeu a vacina terá, eventualmente, de precisar de um reforço.

Os investigadores dizem ainda que, mesmo que as pessoas tenham sido já infectadas, não significa que tenham uma “resposta superimune”, sendo que estas novas descobertas “reforçam a ideia de que as pessoas que recuperaram da Covid-19 devem ser vacinadas”.

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