São recorrentes nas redes sociais afirmações associando o eletrodoméstico ao desenvolvimento de tumores
“É o eletrodoméstico mais cancerígeno do planeta, porque ele movimenta as moléculas do alimento, tem uma radiação violenta. A energia do micro-ondas passa por uma estrutura chamada magnetron, que transforma energia elétrica em eletromagnética. É altamente cancerígeno”, diz um homem no vídeo checado. Até o último dia 9, a publicação reunia mais de 1.300 curtidas e 853 compartilhamentos no Facebook. Segundo especialistas consultados pela Reuters Fact Check, a radiação que ele emite serve apenas para aquecer os alimentos. Os aparelhos vendidos no Brasil são certificados pelo Inmetro, que exige sistemas de segurança. Na realidade, as ondas eletromagnéticas emitidas pelo micro-ondas são tão pequenas – por isso o nome “micro-ondas” – que são incapazes de alterar a composição química dos alimentos. Esta energia também é chamada de não ionizante. Diferente das radiações ionizantes como ultravioleta, raios-x e gama, as micro-ondas apenas provocam o aquecimento por meio da vibração das moléculas da água presente nos alimentos e não produzem nenhuma alteração capaz de gerar câncer”, explicou o físico Cláudio Hiroyuki Furukawa, do Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da USP. Segundo Sharbel Weidner Maluf, pesquisador do departamento de genética da UFSC, não há estudos que comprovem algum dano no DNA humano da radiação emitida pelo micro-ondas. “É um comprimento de onda que não penetra como a radiação ionizante. Tem estudos que tentam mostrar seus efeitos, mas só tentam, porque o efeito é muito menor que o da radiação ionizante”, disse. Portanto, não é verdade que o uso do micro-ondas cause câncer, como afirma o vídeo nas redes sociais.
