Rio de Janeiro (RJ) - O multi-instrumentista e compositor Hermeto Pascoal, um dos nomes mais reverenciados da música brasileira, faleceu neste sábado (13), aos 89 anos. A morte foi anunciada pela família em comunicado nas redes sociais. O artista estava internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música”, diz a nota oficial. “No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música. Como ele sempre nos ensinou, não deixemos a tristeza tomar conta: escutemos o vento, o canto dos pássaros, o copo d’água, a cachoeira, a música universal segue viva...”
Nascido em 22 de junho de 1936, no povoado de Olho d’Água, próximo a Lagoa Grande (AL), Hermeto construiu uma carreira marcada pela ousadia e pela liberdade criativa. Albino, não pôde trabalhar na roça e desde cedo se aproximou dos sons da natureza, criando instrumentos improvisados e tocando até para os pássaros.
Aos 14 anos, estreou com o irmão José Neto na Rádio Tamandaré, em Recife. Desde então, mergulhou em gêneros como jazz, forró, frevo, choro e música erudita, sempre guiado pela improvisação. Hermeto rejeitava rótulos e chamava sua obra de “música universal” — conceito que o acompanhou por toda a vida.
Sua trajetória inclui colaborações com nomes como Elis Regina e Miles Davis, que o definiu como “o músico mais impressionante do mundo”. Em 2024, lançou o álbum Pra Você, Ilza, em homenagem à esposa falecida, que lhe rendeu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Jazz Latino/Jazz.
Também em 2024, foi publicada sua primeira biografia autorizada, Quebra Tudo — A Arte Livre de Hermeto Pascoal, escrita por Vitor Nuzzi. O livro documenta sua vida e obra, revelando os bastidores de uma mente inquieta e criadora.
Mesmo aos 89 anos, Hermeto seguia ativo. Em setembro de 2023, apresentou-se no festival The Town, em São Paulo, sob chuva torrencial. Alternando entre teclado e instrumentos inusitados — como chaleiras e brinquedos — encantou o público com sua performance única.
O artista deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos. Seu legado permanece como um dos mais ricos e originais da história da música brasileira.
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