A demissão de Lisa Cook, primeira mulher negra a integrar o Conselho de Governadores do Federal Reserve, marca um momento sem precedentes na história do banco central americano. Indicada por Joe Biden em 2022 para um mandato até 2038, Cook construiu uma carreira respeitada como economista, pesquisadora e especialista em desenvolvimento internacional. Sua saída, anunciada por Donald Trump sob alegações de fraude hipotecária, está sendo contestada judicialmente e pode chegar à Suprema Corte.
Perfil de excelência e impacto global
Doutora pela Universidade da Califórnia, Berkeley, com passagens por Oxford e Michigan State. Atuou na reconstrução econômica de Ruanda após o genocídio de 1994. Foi conselheira econômica de Barack Obama e funcionária do Tesouro dos EUA. Pesquisou os efeitos da discriminação racial na inovação e no crescimento econômico.
Alegações e disputa legal
Trump afirma que Cook cometeu fraude ao declarar duas residências como principais para obter condições favoráveis em hipotecas. Cook nega as acusações e afirma que o presidente não tem autoridade legal para demiti-la. Seu advogado, Abbe Lowell, classificou a medida como “ilegal” e prometeu contestá-la nos tribunais3.
O que está em jogo
A autonomia do Fed, considerada essencial para a estabilidade econômica dos EUA. A possibilidade de Trump influenciar a maioria do Conselho de Governadores, que define a taxa básica de juros. A reação dos mercados, que já demonstram preocupação com a politização da política monetária.
Próximos passos
O Departamento de Justiça está investigando o caso. Se Cook permanecer no cargo durante o processo, o governo pode recorrer à Suprema Corte para validar a demissão. A disputa pode redefinir os limites do poder presidencial sobre agências independentes e influenciar o futuro da política econômica americana.
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