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Pela primeira vez, Zelensky admite negociar troca territorial para encerrar conflito

Após cúpula entre Trump e Putin, presidente ucraniano indica flexibilização em posição sobre cessão de território

Marina Verenicz / Don Carlos Leal
17/08/2025 07h54 - Atualizado há 18 horas
Pela primeira vez, Zelensky admite negociar troca territorial para encerrar conflito
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mostra a jornalistas um mapa de recursos e objetos estratégicos durante uma entrevista, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kyiv, Ucrânia. Foto: Reuters / Valentyn Ogirenko / Reprodução

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou neste domingo (17) que as negociações com a Rússia para o fim da guerra podem ter como ponto de partida a linha de frente atual, sinalizando pela primeira vez que parte do território ucraniano ocupado poderia ser usado como moeda de troca para um eventual acordo de paz.

“Precisamos de negociações reais, o que significa que podemos começar por onde está a linha de frente agora”, declarou Zelensky, após encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

A declaração marca uma mudança relevante na postura ucraniana, até então inflexível quanto à recuperação total dos territórios invadidos e anexados ilegalmente por Moscou.

A flexibilização ocorre dois dias após a cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin, realizada no Alasca, terminar sem acordo de cessar-fogo, mas com indicações do presidente dos EUA de que um pacto poderia envolver cessões territoriais.

Pressão por acordo e isolamento estratégico
Zelensky viajou à sede da União Europeia em uma tentativa de reorganizar o apoio ocidental à Ucrânia, diante da crescente sensação de isolamento político, especialmente após Trump assumir um tom conciliador em relação às demandas do Kremlin.

O ex-presidente americano e atual ocupante da Casa Branca vem se referindo a um “acordo de paz permanente” — e não a um cessar-fogo temporário —, condição mais próxima da narrativa russa. Trump tem defendido abertamente que um pacto de fim da guerra poderia envolver trocas territoriais, hipótese que agrada ao Kremlin.

Trocas possíveis no mapa
A Rússia controla cerca de 400 km² em áreas recentemente ocupadas nas regiões de Sumi e Kharkiv, no norte da Ucrânia, além de grande parte das províncias de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, além da Crimeia, anexada em 2014 e considerada inegociável por Moscou.

Donetsk permanece parcialmente sob domínio ucraniano — com aproximadamente 6.600 km² ainda controlados por Kiev — mas tem sofrido avanços russos nos últimos meses, com ameaças a cidades estratégicas.

Segundo analistas militares, um possível desenho de acordo poderia envolver a entrega da totalidade de Donetsk à Rússia em troca do retorno das áreas periféricas de Sumi e Kharkiv, pouco estratégicas para Moscou.

Lugansk já está sob total controle russo, e Zaporíjia e Kherson poderiam ser parcialmente divididas ou “congeladas” no estado atual, consolidando uma nova fronteira de fato.

Zelensky fala em pausa, não em rendição
Mesmo com o recuo retórico, Zelensky reiterou que ainda busca uma pausa no conflito como etapa anterior a um acordo permanente. O presidente ucraniano evitou falar diretamente em cessões definitivas, mas o simples reconhecimento da linha de frente como base negocial já representa uma mudança concreta na abordagem ucraniana.

A expectativa agora se volta para a visita de Zelensky e von der Leyen a Washington nesta segunda-feira (18), onde os líderes europeus buscarão alinhar posições com Trump, na tentativa de evitar um acordo bilateral entre EUA e Rússia que enfraqueça ainda mais a posição de Kiev.

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FONTE: INFOMONEY
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