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Quando os filhos cruzam a linha de chegada e começam outra corrida

A primeira palavra, o primeiro tombo, o primeiro boletim, a primeira desilusão amorosa, todos esses marcos da vida de um ser humano costumam ter como testemunha ocular nós, os pais

Geyze Diniz / Don Carlos Leal
20/07/2025 11h29 - Atualizado há 1 dia
Quando os filhos cruzam a linha de chegada e começam outra corrida
Formaturas são um dos "ritos de passagem" mais marcantes da vida de pais e filhos. - Imagem: Pavel Danilyuk / Pexels / Reprodução

Rituais ou cerimônias são aqueles marcos que nos ajudam a contar nossas próprias passagens, conquistas, crescimento, perda, amadurecimento, início de algo novo. Eles dão forma ao que muda, acolhem o que sentimos e deixam rastros de afeto na memória de quem vive – e de quem testemunha.

O mais interessante é que, mesmo em uma sociedade tão acelerada como a nossa, ainda precisamos desses marcos, e ignorá-los pode nos trazer desconexão e sensação de não sabermos onde começamos e onde terminamos. Na minha trajetória, vários marcos aconteceram e, ao olhar pelo retrovisor, vejo que celebrei e vivi cada etapa. Alguns com dores, outros com alegrias e sempre com emoção e muito respeito. E por muitas vezes, resiliência.

Recentemente, vivi um dos principais ritos que uma mãe pode viver: a formatura da minha filha mais velha no Ensino Médio. Entre sorrisos e lágrimas de alegria, o passado tomou forma ali, diante dos meus olhos, quando a vi segurando o seu diploma ao lado de seus amigos. É impossível não lembrar do ontem como se ele estivesse aqui, agora. Parada no tempo, tentava entender como aqueles anos todos cabiam em uma só cerimônia.

A primeira palavra, o primeiro tombo, o primeiro boletim, a primeira desilusão amorosa, todos esses marcos da vida de um ser humano costumam ter como testemunha ocular nós, os pais. E, de repente, eles cruzam um palco, recebem um papel, jogam o capelo para o alto – e algo dentro da gente muda.

É por isso que os ritos de passagem são tão importantes. Eles marcam no corpo o que já aconteceu no coração e criam um terreno fértil para a mudança poder entrar, porque sem ela, não há crescimento.

A formatura é mais que um evento social: é um aviso de que as peças podem estar mudando de lugar – e isso é bom! Se até aqui, os nossos filhos precisaram das nossas mãos para se guiarem, agora eles usam os seus próprios pés e seguem rumo aos seus próprios caminhos.

E ao passar o momento da formatura, mais um marco, uma alegria: a tão esperada notícia de que ela foi aprovada na faculdade. Um momento de celebração, de orgulho e de reconhecimento por todo o esforço que ela colocou até aqui. É como se, de repente, o futuro ganhasse contornos mais nítidos, mais reais.

A escolha do curso, a universidade, a nova rotina que se aproxima — tudo isso anuncia uma nova fase. Mais um ritual de passagem, mais um marco de transformação, que exige responsabilidade, coragem e amadurecimento. Para ela, que vai descobrindo o mundo com outros olhos. E para mim, que vou descobrindo uma nova forma de maternar, mais silenciosa talvez, mas ainda inteira.

E isso pode não ser fácil para nenhuma das partes: para eles, que sentem o peso de administrar a liberdade chegando, e para nós, que precisamos aprender a confiar no que ensinamos e os valores que entregamos a eles. Mas esse fim, assim como todos, marca o começo de uma outra etapa, um novo ciclo, para ela e para mim.

Agora é fase nova. Tempo de um novo olhar e de novos espaços, procurando sempre agradecer e celebrar, e como digo a ela: estarei sempre na primeira fila da sua plateia.

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FONTE: CNN
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