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26/11/2024 às 12h57min - Atualizada em 28/11/2024 às 00h03min

Afinal, houve tentativa de golpe com a participação efetiva de Bolsonaro?

O então presidente, viajou para os EUA para evitar prisã0 e esperar desfecho do 8 de janeiro, como aponta PF?

Gustavo Petró / Don CarlosLeal
G1
Avião com Bolsonaro deixa o aeroporto de Brasília. - Foto: Ueslei Marcelino / Reuters / Reprodução
O relatório da Polícia Federal (PF) aponta que havia um plano detalhado para a fuga do então presidente Bolsonaro (PL) para os EUA, quando a tentativa de golpe de Estado no final de 2022 não obteve êxito. O documento aponta que o plano foi criado em 2021, quando Bolsonaro atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o sistema eleitoral nos discursos proferidos no dia 7 de setembro daquele ano. Para a fuga no final de 2022, o planejamento foi adaptado. Segundo a PF, a fuga pode ter sido motivada pelo receio de prisão e pelo desejo de aguardar o desfecho dos atos de 8 de janeiro. De acordo com o relatório, o plano foi dividido em três etapas principais: a primeira, "Proteção do Pr no Planalto e Alvorada – sem apoio do GSI", previa a cooptação de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para ocupar posições estratégicas nos palácios do Planalto e da Alvorada. Essa etapa incluía a disponibilização de armamento e munição "em condições de uso imediato", armazenados em cofres prontos para acesso rápido, caso necessário. A segunda era descrita como "Condições de ocupar Etta Estrg como forma dissuasória para mostrar apoio ao Pr". A PF aponta que "o termo 'Etta Estrg' refere-se a estruturas estratégicas ou infraestrutura crítica, cuja interrupção ou destruição teria impacto significativo no Estado e na sociedade". O objetivo seria ocupar instalações críticas para intimidar medidas judiciais ou institucionais contra Bolsonaro, criando um cenário de pressão física e simbólica contra as decisões do Judiciário. A terceira previa a retirada de Bolsonaro do país, descrita como "montar e operar um RAFE/LAFE para exfiltrar o Pr para o exterior". A operação consistiria em criar uma rede de apoio logístico e militar para garantir a fuga do ex-presidente. A sigla RAFE/LAFE é utilizada em contextos militares para se referir a evacuações rápidas e discretas, com foco em evitar interceptações por autoridades nacionais ou internacionais. Rafe é a sigla para Rede de Auxílio à Fuga e Evasão, e Lafe é a sigla para Linha de Auxílio à Fuga e Evasão. De acordo com a PF, o plano para Bolsonaro fugir "demonstra o nível de comprometimento de parte de sua base com a ruptura institucional". Jair Bolsonaro negou qualquer envolvimento em um suposto plano de golpe e afirmou que as acusações são absurdas e que nunca discutiu um golpe. O ex-presidente também disse que está sendo vítima de perseguição política e que as investigações são criativas e fazem tudo o que a lei não diz.

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