24/10/2024 às 08h11min - Atualizada em 25/10/2024 às 00h01min
Qual presidente tem a carta na manga para reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro?
As negociações entre Valdemar Costa Neto e Arthur Lira têm como objetivo principal a aprovação do projeto de lei da anistia, que poderia reverter a inelegibilidade do ex-presidente
Fernanda Strickland / Júlia Portela / Don CarlosLeal
CORREIO BRAZILIENSE
O ex-presidente da República do Brasil, Jair Messias Bolsonaro. - Imagem: BBC / Reprodução
Bolsonaro está inelegível por oito anos. Em 2023, ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na corrida eleitoral de 2022. Em julho daquele ano, o então presidente fez uma reunião com embaixadores na qual colocou em dúvida a lisura do processo eleitoral, sem apresentar provas. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, condicionou o apoio do partido a candidatos às Presidências da Câmara e do Senado que se comprometam a defender o projeto de lei da anistia, que pretende livrar os presos do 8 de janeiro. A proposta, na avaliação do dirigente, é um caminho para reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a aprovação desse projeto enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de convencer os deputados a votarem a favor. A pressão política e as negociações nos bastidores são intensas, mas ainda não há garantia de que a anistia será aprovada. O chamado PL da Anistia está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Segundo Costa Neto, o texto é um ponto-chave na sucessão das presidências das duas Casas. "Não tenha dúvida disso". Costa Neto foi enfático ao afirmar que a inelegibilidade de Bolsonaro será revertida. Ele comparou a situação do ex-presidente com a do atual chefe do Executivo federal, Luiz Inácio Lula da Silva, que também enfrentou restrições legais antes de concorrer novamente à cadeira do Palácio do Planalto. "Vamos lutar para incluir Bolsonaro", frisou, em relação ao projeto de lei. "Porque a condenação dele foi simplesmente absurda. Só porque conversou com embaixadores e disse que era contra as urnas. É a opinião dele, que tem de ser respeitada. Na opinião do dirigente, o caminho legislativo para reverter a inelegibilidade é mais "fácil" do que tentar uma decisão favorável na Justiça Eleitoral.