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20/10/2024 às 15h17min - Atualizada em 20/10/2024 às 15h17min

Justiça decreta prisão preventiva de 18 suspeitos por ataques criminosos na Grande Florianópolis

A série de incêndios teriam como objetivo tirar a atenção de uma ação policial no norte da capital, segundo a polícia

Sabrina da Silva Quariniri / Ludimila Honorato / Don CarlosLeal
NSC / UOL
Corpo de Bombeiros atendeu ocorrências com incêndios e barricadas em diversas vias de Florianópolis. - Imagem: CBMSC / Divulgação
A Justiça decretou a prisão preventiva dos suspeitos de participar dos ataques violentos que ocorreram em Florianópolis no sábado (19). No total, 18 pessoas foram presas. Na ação criminosa, carros e pneus foram incendiados e vias foram bloqueadas com barricadas. Por conta disso, no sábado, filas quilométricas foram registradas na BR-101, gerando impacto em Itapema, Tijucas e outras cidades da Grande Florianópolis.

De acordo com as forças de segurança, a situação foi ocasionada por disputas territoriais entre facções criminosas em Santa Catarina. A Central da PM registrou 21 focos de incêndio das 13:00 às 17:00 do último sábado, em áreas de Florianópolis, tanto na região insular quanto continental, além de São José, Palhoça, Biguaçu e Santo Amaro da Imperatriz.

Os presos são suspeitos de participação direta nos conflitos entre facções e nos atos de incêndio. O Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) e a Casa Militar do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) acompanharam a situação em conjunto com as forças de segurança, visando garantir a segurança dos magistrados, servidores e unidades judiciárias envolvidas nas audiências de custódia.

Os suspeitos podem responder pelos crimes de participação em organização criminosa, incêndio criminoso e tráfico de drogas. De acordo com a Justiça, alguns deles já tinham mandados de prisão expedidos e determinações de regressão de regime por descumprimento de penas em curso. Nas operações, também foram apreendidas armas e munições. 

Investigação busca outros responsáveis. Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil, disse que um inquérito foi aberto para investigar o caso. A DRACO/DEIC (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais) instaurou um inquérito policial com o objetivo de prender todos esses indivíduos que não foram presos na oportunidade", disse o delegado.

No sábado (19), ele classificou a ação como "algo pontual". "Não identificamos 'salve' dentro de presídios para que isso acontecesse hoje. Foi algo pontual, e vândalos que seriam simpatizantes e membros de organizações resolveram criar artifícios para tirar a atenção de uma ação policial no norte da ilha", afirmou.

A série de incêndios teriam como objetivo tirar a atenção de uma ação policial no norte da capital, segundo a polícia. Durante uma operação na comunidade Papaquara para combater um conflito por território entre facções, um homem morreu e sete foram presos.

Durante as ações, carros, pneus e entulhos foram incendiados. De acordo com a polícia, a corporação prendeu mais cinco pessoas após os atos de vandalismo. "Começou a atuação da polícia e para chamar a atenção e desmobilizar a polícia no norte da ilha, eles começaram a criar situações e vandalizar", pontuou o chefe da Polícia Civil.

Ainda durante os ataques, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina instaurou um gabinete de crise para apurar os ataques. O gabinete reuniu setores de inteligência da polícia e de diretorias especializadas no combate ao crime organizado. Seis veículos foram incendiados, entre eles um ônibus. De acordo com a polícia, foram apreendidas seis armas de fogo, munições e coletes balísticos.

Criminosos montaram 17 barricadas e algumas foram incendiadas, segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Dessas, 12 foram em Florianópolis e outras cinco em outras três cidades vizinhas: São José (3), Palhoça (1) e Tijucas (1). Em Tijucas, o incêndio de três carros na BR-101 provocou engarrafamento de 21 quilômetros, no sentido em direção a Porto Alegre. De acordo com a Arteris, que administra a rodovia, todas as faixas foram liberadas no km 161 às 17:30.

Dois homens ficaram feridos e foram presos. Conforme a Polícia Civil, eles estariam provocando atos de vandalismo nas comunidades de Mocotó e Chico Mendes, em Florianópolis. "A Polícia Militar chegou no local, eles reagiram, ocorreu o conflito, eles foram alvejados e presos", disse o chefe da Polícia Civil catarinense. Eles foram levados para atendimento médico e estão sob custódia.

Polícia diz que show de Paul McCartney em Florianópolis recebeu mais efetivo da polícia. O delegado-geral da polícia afirmou que homens foram mobilizados para atuar durante o evento, que aconteceu na noite deste sábado na Ressacada, no sul da capital catarinense: "efetivo foi multiplicado, em todo o entorno da Ressacada e em todos os acessos".

Durante uma coletiva de imprensa, o governador Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que o ataque foi um episódio que o "desagradou". Ele descreveu os envolvidos como "bandidos, arruaceiros que fazem parte dessas facções", mas ressaltou que "a polícia agiu conforme tem que agir".

O governador garantiu que "não vai haver nenhum sobressalto", mencionando que recebeu apoio do Ministério Público e da Polícia Federal, e do prefeito Topázio Neto (PSD), de Florianópolis. Ele assegurou que "está tudo pacificado" em Santa Catarina.

Na tentativa de tranquilizar a população, o chefe do poder executivo catarinense declarou que "a bandidagem pode ficar sossegada que não vai ter moleza". Ele emendou que "a polícia está preparada, não vamos deixar ninguém bagunçar nada. Eles não vão levar a melhor". "Isso não é ameaça, isso é posição do governo. Nosso governo não tolera isso. Se [o suspeito] acha que vai fazer alguma coisa, vai levar chumbo", finalizou.

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