14/10/2024 às 08h41min - Atualizada em 14/10/2024 às 08h41min
Enel não cumpre plano de contingência no temporal e deixa mais de 700 domicílios sem energia em SP
Conforme a concessionária, até as 14:30 do domingo (13) cerca de 1,3 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado
Redação G1 / Don CarlosLeal
G1
Rua de bares em Pinheiros sem luz, mas com clientes. - Foto: Fábio Tito / Reprodução A Enel não cumpriu o plano de contingência para eventos climáticos extremos e colocou menos funcionários em campo do que o esperado após a tempestade que atingiu São Paulo, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. Até as 14:30 do domingo, 760 mil imóveis continuavam sem luz após um forte temporal atingir o estado de São Paulo na última sexta-feira (11), conforme último boletim da concessionária.
A Aneel se reuniu no começo da noite deste domingo (13) com representantes da Enel e de outras oito empresas responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica em São Paulo e Região Metropolitana. Participaram da reunião representantes da Enel São Paulo, Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobrás Furnas
"A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que ela [Enel] de fato não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado. Claro que esses números precisam ser melhor decurados, porque agora temos uma quantidade de consumidores muito grande que estão interrompidos em função do evento. E há outros consumidores que tem ausência do seu serviço por questões da rotina diária do serviço de distribuição.", afirmou Feitosa em coletiva de imprensa.
Há 1.700 funcionários trabalhando em campo para restabelecer a energia elétrica na capital e Região Metropolitana, de acordo com o diretor-geral da Aneel. Entretanto, o plano de contingência apresentado pela Enel para a agência no ano passado — em razão do apagão de 3 de novembro do ano passado — previa a mobilização de 2.500 agentes para eventos climáticos da dimensão do temporal que atingiu São Paulo na sexta-feira (11).
O diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) Thiago Nunes também afirmou que se preocupa com a "capacidade de mobilização" e a "velocidade desse restabelecimento".
"No evento de 3 de novembro, demorou 24 horas para recuperar 60% dos consumidores interrompidos. Este mesmo patamar de 60% dessa vez foi atingido em 48 horas. Então, são números que nos trazem uma preocupação", comparou o diretor-presidente da Arsesp.
A diretoria da Aneel também solicitou a área de fiscalização que emitisse uma intimação à Enel, acompanhada de um relatório de falhas e transgressões. A empresa terá o prazo de 60 dias para se manifestar. Após esse período, a agência pode eventualmente recomendar do contrato, explicou Feitosa.
Na coletiva de imprensa, o presidente da Enel Guilherme Alencastre não um prazo para o restabelecimento da energia na capital e nos demais municípios afetados e culpou o clima. "Existe um plano de contingência e ele foi acionado. De fato, o evento climático foi acima das previsões, mas isso nós, inclusive, vamos aprender a evoluir e ter melhores previsões".
Alencastre também prometeu que a partir da segunda-feira (14) mais 400 funcionários de outras companhias de energia entraram em campo para auxiliar as equipes da Enel no restabelecimento da energia.
Segundo a concessionária, cerca de 496 mil casas estão sem energia na capital paulista. Os bairros mais afetados são: Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís. Além da capital, os municípios mais impactados neste momento são: Cotia, com 62 mil clientes sem energia, São Bernardo do Campo com 47 mil e Taboão da Serra com 44 mil.
Ainda conforme a Enel, até as 14h30 de domingo cerca de 1,3 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. "A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento", diz a empresa.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, informou neste sábado (12) que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.
"Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (...) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes", declarou.
O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade. O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19:30. Moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narraram que estavam há mais de 17 horas sem luz.
Segundo os moradores, houve muita dificuldade para tentar falar com a Enel para abrir chamado e tentar uma previsão de restabelecimento da energia elétrica. O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e está ampliando a capacidade de atendimento.
Mortes
Na contagem feita até o início da tarde deste sábado (12), sete pessoas morreram no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:
Bauru: três mortes após queda de muro;
São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo;
Diadema: uma morte após queda de árvore;
Cotia: duas mortes após queda de muro.
#BomDiaRioDosCedros #DiárioDeRioDosCedros #RioDosCedros #DonCarlosLeal #NotíciasRioDosCedros #TurismoRioDosCedros #CulturaRioDosCedros #SãoPauloSemEnergiaDaEnel