10/10/2024 às 11h51min - Atualizada em 10/10/2024 às 11h51min
Apagão, ruas desertas e moradores em abrigos: furacão Milton avança na Flórida em meio a temor de destruição
Tempestade provocou inundações e deixou mais de 2 milhões de imóveis sem energia. Autoridades alertam para ventos fortes e risco de danos generalizados
Redação G1 / Don CarlosLeal
G1
Ruas de Sarasota são alagadas após a chegada do furacão Milton. - Foto: Joe Raedle / AFP / Reprodução A chegada do furacão Milton à Flórida, nos Estados Unidos, deixou milhões de pessoas sem luz e provocou inundações na costa oeste do estado, na noite de quarta-feira (9) e na madrugada desta quinta-feira (10). O fenômeno perdeu força ao longo da madrugada, enquanto avançava pelo continente, mas o perigo permanecia. Houve quatro mortes, segundo autoridades locais.
Houve diversos relatos de tornados relacionados à tempestade. Um deles atravessou uma comunidade de aposentados em Fort Pierce, no condado de St. Lucie, na costa leste da Flórida, destruiu casas e causou pelo menos duas das mortes registradas, de acordo com informações da polícia. Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre feridos.
Mais cedo, os meteorologistas alertaram que Milton tinha potencial de danificar casas, derrubar árvores e causar inundações ao elevar a maré em até 4,5 metros.
Quando tocou o solo, por volta das 21h30 de quarta-feira, Milton tinha ventos de até 205 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). Às 23h50, as rajadas estavam na casa de 165 km/h. Por volta das 2h, os ventos estavam em 145 km/h e o furacão havia sido rebaixado para a categoria 1.
Mais de 2 milhões de imóveis estavam sem energia em todo o estado da Flórida na madrugada desta quinta. Em Fort Meyers, na costa oeste, ruas ficaram alagadas. Antes mesmo de tocar o solo, a aproximação de Milton à Flórida havia causado estragos. Pelo menos 19 tornados destruíram 125 imóveis e derrubaram árvores no estado. Desde então, trabalhos de busca e resgate estão em andamento.
Veja a seguir o que esperar para as próximas horas:
Enquanto avança pela Flórida, a tempestade vai perdendo força, até voltar para o Oceano Atlântico.
A expectativa é que Milton permaneça no solo da Flórida até sexta-feira (11), pelo menos.
As autoridades esperam que o furacão deixe um rastro de destruição, danificando casas e derrubando árvores.
Rodovias da Flórida também devem ser varridas ou sofrer bloqueios.
O governo pediu para que os moradores não deixem os abrigos até a tempestade parar.
Socorristas estão posicionados para resgatar as vítimas.
Autoridades federais dos EUA foram enviadas para Flórida para coordenar os serviços emergenciais.
Analistas de mercado preveem prejuízos que podem chegar a US$ 100 bilhões.
O olho do furacão atingiu a Baía de Tampa, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas. Desde o início da semana, milhares de moradores foram retirados de áreas vulneráveis e encaminhados para abrigos. As retiradas em massa deixaram cidades-fantasmas na Flórida e provocaram congestionamentos. A corrida para deixar a região também fez com que gasolina faltasse em postos de combustíveis.
Os moradores também passaram a estocar água e comida, deixando prateleiras de supermercados vazias. Muitos brasileiros que vivem na região relataram dificuldades para conseguir se proteger.
O presidente Joe Biden destacou o "potencial de destruição" do furacão e afirmou que equipes federais foram enviadas à Flórida para coordenar os trabalhos de emergência. Já o governador Ron DeSantis pediu para que a população busque abrigo imediatamente e permaneça em locais seguros.
"As equipes de resgate estão prontas para atuar assim que as condições climáticas permitirem", afirmou DeSantis.
Confira outros pontos da passagem do furacão:
Atualmente, a costa oeste da Flórida está em fase de recuperação por causa da passagem do furacão Helene, no fim de setembro. A tempestade provocou dezenas de mortes e deixou estragos.
Aeroportos em Tampa e Orlando interromperam voos. Grandes parques temáticos fecharam, como os da Disney e da Universal.
Cientistas estão surpresos com a temporada de furacões no Atlântico e a classificaram como "a mais estranha" já vista. Cinco fenômenos do tipo se formaram entre setembro e outubro.
O aquecimento dos oceanos, principalmente do Oceano Atlântico Norte, e a transição para o La Niña podem estar por trás da intensidade dos fenômenos.
No caso de "Milton", o fenômeno passou de tempestade tropical a um furacão de categoria 5 em apenas 46 horas. O aumento na intensidade é um dos mais rápidos já registrados.
No México, o furacão provocou estragos pequenos, sem deixar mortos ou feridos.
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