15/08/2024 às 11h49min - Atualizada em 15/08/2024 às 11h49min
O que realmente aconteceu na tragédia do voo da VoePass em Vinhedo?
PF não descarta crime doloso em acidente aéreo que matou 62 em Vinhedo
Renan Porto / Don Carlos Leal
METRÓPOLES
Investigação está em fase inicial e pessoas envolvidas na apuração dizem ser cedo para falar em suspeitos pela queda do avião há 6 dias. - Imagem: Reprodução A equipe da Polícia Federal (PF) designada para investigar o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9/8), aguarda laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e da Força Aérea Brasileira (FAB) para descobrir a causa da tragédia e indiciar eventuais responsáveis. Pessoas ligadas à investigação, afirmam que ainda é prematuro falar em suspeitos, mas não estão descartadas as hipóteses de crime culposo, por negligência ou imprudência, e até crime doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de cometê-lo, mesmo que não tenha tido a intenção. A PF vai analisar se a aeronave estava com manutenção em dia e se todos os equipamentos necessários para o voo estavam funcionando. Ex-funcionários da companhia aérea já relataram uma série de problemas em aeronaves da empresa, como o improviso de um palito de fósforo para resolver um problema no botão que aciona o sistema antigelo. Uma falha no sistema anticongelamento é justamente uma das suspeitas para a queda do avião, que despencou quase 4 mil metros em 1 minuto, rodopiando num movimento conhecido na aviação como “parafuso chato”. Dados meteorológicos mostram que a região onde houve a tragédia registrava formação de gelo na altitude em que o avião voava. A conduta do piloto também será analisada, com base nos diálogos registrados pelas caixas-pretas do avião, que estão sendo periciados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O gravador de voz da cabine do avião registrou conversas do copiloto sobre “dar potência” à aeronave minutos antes da queda, além de gritos de passageiros. Em um segundo laudo, que deve ser concluído em até um ano, os peritos do INC vão incluir as condições da aeronave, uma análise dos “fatores humanos”, do perfil dos envolvidos, a cronologia do acidente e dados meteorológicos.
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