30/05/2024 às 17h01min - Atualizada em 31/05/2024 às 00h03min
Com qual propósito de políticos que fazem discursos em eventos religiosos?
Alguns veem isso como uma maneira de expressar valores e crenças, enquanto outros alertam para os riscos de uma influência excessiva da religião nas decisões políticas
Vera Karam / Don Carlos Leal
PRAGMATISMO POLÍTICO
Professora Vera Karam diz que convicções pessoais não podem ser parâmetros para sociedade religiosa. - Imagem: Ilustrativa / Reprodução 'Deus não nos escolheu por causa dos nossos méritos', disse Tarcísio em discurso na Marcha para Jesus. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve presente no evento evangélico realizado na capital paulista nesta quinta-feira(30). Durante sua fala, o político citou passagens bíblicas e afirmou que o público presente "foi escolhido", mas não por seus "méritos" e sim pela "misericórdia de Deus". Tarcísio ainda pediu aos fiéis orem "por nós, pelos dirigentes, pelo Brasil e pelo povo brasileiro" em discurso em cima do palco. No Brasil, a política e a religião estão profundamente entrelaçadas. Isso se deve, em parte, à forte influência das igrejas evangélicas e católicas na vida política do país. Políticos frequentemente participam de eventos religiosos, como a Marcha para Jesus, para se conectar com suas bases eleitorais e demonstrar apoio a determinadas causas. Recentemente, houve polêmica em relação ao discurso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante um ato de Jair Bolsonaro. O discurso foi questionado por apontar a supremacia cristã. Portanto, a presença de políticos em eventos religiosos pode ter diferentes propósitos, como ganhar apoio eleitoral ou expressar afinidades ideológicas. Alguns argumentam que a fé religiosa deve influenciar as decisões políticas, pois a moral e os valores religiosos podem guiar ações em benefício da sociedade. Por outro lado, há quem defenda a separação estrita entre religião e política. Alegam que questões de convicção pessoal não devem ser a base para decisões que afetam toda a sociedade. Enquanto a política confessional é aceitável em uma democracia pluralista, o estado confessional é geralmente considerado inadequado. A mistura de política e religião é uma questão complexa e controversa. Alguns veem isso como uma maneira de expressar valores e crenças, enquanto outros alertam para os riscos de uma influência excessiva da religião nas decisões políticas. Cabe a cada sociedade encontrar um equilíbrio adequado entre esses dois domínios.
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