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19/05/2024 às 08h18min - Atualizada em 19/05/2024 às 08h18min

Em 11 anos o Brasil perdeu R$ 485 bilhões com desastres naturais

Especialistas apontam que prejuízo bilionário poderia ser evitado se governos investissem em adaptação às mudanças climáticas

Poliana Casemiro / Don Carlos Leal
G1
Imagem de drone mostra ruas alagadas em bairros de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, nesta segunda (13). - Foto: Reuters / Amanda Perobelli / Reprodução
Cidades debaixo d’água, casas arrastadas pelas enxurradas, cemitério de carros, pontes levadas pela água, plantações ressecadas. Os desastres naturais provocados por fatores como chuva ou seca em excesso deixam um rastro de destruição por onde passam com um custo bilionário não apenas para quem está vivendo a tragédia mas para o país de um modo geral.

Os dados são do Atlas de Desastres, que é organizado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. O valor leva em conta as perdas nacionais entre 2012 e 2023. O valor representa prejuízos públicos e privados com a destruição de escolas, hospitais, estradas, empresas e perdas agrícolas. Além dos danos materiais, que representam as perdas das pessoas, que precisam se reerguer do zero depois de tragédias como a de São Sebastião, em 2022.

No gráfico anexo, é possível observar ano a ano o quanto o prejuízo cresce, acompanhando a crescente de desastres naturais, enquanto os investimentos caem. O montante bilionário é resultado de dois fatores: O aumento no número de extremos anunciado por pesquisadores. Enquanto a chuva torrencial castiga o Sul, o Norte ainda tenta se recuperar da seca histórica de 2023, com impactos em todo o país. E a falta de resposta em uma política pública de prevenção e de preparo para as mudanças.

Na contramão do que recomendam os especialistas, o levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre investimento em prevenção de desastres mostra que o valor foi caindo ao longo dos últimos anos e representa uma pequena fatia diante dos prejuízos bilionários. Ou seja, o país investe mais para remediar, do que para prevenir.

O que os pesquisadores alertam é que o custo para prevenir o desastre teria sido bem menor do que o montante perdido se houvesse atenção às mudanças climáticas. Em Porto Alegre, por exemplo, o montante necessário para modernizar o sistema contra enchentes, que falhou e não conseguiu conter a cheia do Guaíba, estava previsto em R$ 400 milhões.

Agora, a cidade está destruída e, embora ainda não haja uma estimativa do custo para a sua reconstrução, um relatório da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fergs) dá uma ideia do tamanho da perda: apenas a região metropolitana da capital, hoje debaixo d'água, era responsável por entregar R$ 107 bilhões em produção e não se sabe quando conseguirá se reerguer.

Os estragos afetam mais de um milhão de pessoas e o governador Eduardo Leite (PSDB) disse que seria preciso um "Plano Marshall de reconstrução", referindo-se à histórica ajuda financeira fornecida pelos Estados Unidos para reerguer a Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

A Fecomércio-RS divulgou um relatório que indica que os prejuízos patrimoniais às pessoas atingidas em todo o Rio Grande do Sul podem passar de R$ 1,7 bilhão. A tragédia no Rio Grande do Sul é o evento mais caro que o país já teve. A cultura no Brasil é reativa, preferem gastar milhões em reconstrução quando poderiam gastar menos com prevenção, para que a recuperação fosse mais barata e mais fácil. — José Marengo, especialista em mudanças climáticas e pesquisador do Cemaden

Na tragédia de 2023 no Rio Grande do Sul o prejuízo, somando as perdas para o governo e das pessoas, foi de R$ 104 milhões, segundo os dados do Atlas. O valor se traduz em histórias como as do empresário Ismael Fonseca, que foi resgatado após dois dias ilhado em Cruzeiro do Sul. A cidade foi devastada pela força da água. Da casa dele, sobraram só as paredes.

"Sem condição nenhuma de voltar a morar aqui. Nossa casa está destruída", conta Fonseca. E na do produtor local de gado, Jorge Dienstmann, que perdeu tudo o que tinha com a enxurrada. “Dessa vez foi para acabar mesmo. Nada não é tão ruim que não possa piorar. Infelizmente é assim”, lamenta o criador de gado Jorge Dienstmann.

O número ainda não inclui a perda imensurável com as mortes nas tragédias. Ao longo de onze anos, mais de 2 mil pessoas morreram em desastres naturais. Além das pessoas que, feridas, tiveram a vida alterada e os animais que também morreram.

A pesquisadora Viviana Aguilar Munhoz, que estuda os impactos dos desastres do Cemaden, os prejuízos depois de um desastre não afetam apenas a região da tragédia, mas o país e o bolso de todos, como um todo.

"No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, temos um problema com a produção de arroz, que se perdeu. O governo vai importar arroz para conter o impacto na inflação do alimento que está na mesa de todos os brasileiros. Então, todos nós perdemos quando um desastre acontece", explica.

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