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05/05/2024 às 15h59min - Atualizada em 05/05/2024 às 15h59min

Temporais no RS: Defesa Civil confirma 88 mortes e investiga outros óbitos

A Defesa Civil soma 201,5 mil pessoas fora de casa e 385 municípios afetados. Aeroporto e rodoviária de Porto Alegre estão fechados

Redação G! / Don Carlos Leal
G1
Bombeiros, Exército e agentes públicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), fecharam as comportas entre as Avenidas Mauá e Castello Branco, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (2). - Foto: Evandro Leal / Reprodução
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 85 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. O boletim divulgado no início da noite desta segunda-feira (6) ainda aponta que há outros 4 óbitos sendo investigados. O estado registra 134 desaparecidos e 339 feridos. Há 201,5 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 47,6 mil em abrigos e 153,8 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

O RS tem 385 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1,178 milhão pessoas afetadas. Veja abaixo os impactos nos serviços, educação e transportes.

A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta. Imagens feitas pelo satélite Amazônia 1, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e obtidas com exclusividade pelo g1 mostram uma visão em escala do antes e depois da maior tragédia do Rio Grande do Sul.

O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado. A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta.

Moradores
"Agora chego aqui e não sei se tenho mais casa. Eu saí só com a roupa do meu filho", diz Tatiane, uma das centenas de vítimas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde a semana passada. "A gente nunca viu nada assim. Via alagar, mas a água evacuava. Agora a água está cobrindo casas", completa.

Estradas
Nesta segunda-feira (6), há bloqueios em 102 pontos de rodovias estaduais (veja quais) e 61 de rodovias federais (veja lista), totalizando 163 interrupções no trânsito. São 18 pontos interrompidos na BR-116, em cidades da Serra, da Região Metropolitana e do Vale do Sinos.

Nível do Guaíba
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15 desta segunda-feira (6), o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

Em entrevista coletiva na manhã do sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água. "Quase uma determinação", disse Melo. Quatro das seis estações de tratamento de água não estão funcionando. Os temporais deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes causadas. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais.

Situação de emergência
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação. O governo federal enviou 100 integrantes da Força Nacional para o RS na tarde desta sexta-feira (3). A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado.

Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais no estado. Também serão deslocados para o estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate.

Causas dos temporais
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor. A previsão é de que a condição se mantenha até este sábado com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.

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