Infestação de maruim leva cidade do Vale do Itajaí a decretar situação de emergência

A Prefeitura de Luiz Alves decretou situação de emergência na tarde desta quarta-feira (27), em decorrência da grande infestação de maruim

Ainda não há uma solução imediata para a situação em relação ao mosquito, pois não existem produtos defensivos que combatam o maruim disponíveis no mercado. - Foto: Jaqueline Fischer / Reprodução

Moradores de Luiz Alves e região vivem momentos delicados em meio à infestação de maruim, o que levou a Prefeitura Municipal a decretar situação de emergência. A quantidade de mosquito tem afetado a rotina da população nas áreas rurais e urbanas. O prefeito de Luiz Alves, Marcos Pedro Veber, assinou o decreto na tarde desta quarta-feira (27) e enfatizou que a infestação do mosquito tem interferido na qualidade de vida dos moradores.

Conforme a Prefeitura Municipal, a cidade possui uma extensa área agrícola e os trabalhos realizados nas lavouras ocorrem em áreas externas, tornando o manejo de alimentos mais difícil em decorrência da grande quantidade de maruim presente nesses espaços. Ainda não há uma solução imediata para a situação em relação ao mosquito, pois não existem produtos defensivos que combatam o maruim disponíveis no mercado.

“Estamos sofrendo muito nas áreas rurais e também urbanas, de tal modo, que tem interferido em nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. Pedimos socorro e tentaremos ao máximo investir em possíveis soluções para esse problema. Lembrando: não existe solução pronta! Mas estamos dialogando e buscando alternativas para buscar controlar essa infestação que tem se agravado muito esse ano”, explica Veber.

Moradores sofrem com infestação de maruim
Uma moradora de Ilhota, região que faz divisa com Luiz Alves, relatou como tem sido os dias e noites em meio à infestação de maruim. Em pleno verão, a manicure Jaqueline Fischer, de 38 anos, precisa utilizar calças para evitar as picadas dos mosquitos.

“Nós usamos óleo corporal, repelente, mas nada adianta, está crítica a nossa situação. Casas fechadas, as crianças não podem brincar na rua, não temos mais vida”.

A mulher explica que na maior parte do tempo, as famílias precisam ficar trancadas dentro de casa, com o ar-condicionado ligado, na tentativa de driblar o mosquito. “Temos que usar calças nesse calor, porque a situação nossa aqui é lamentável”.

Jaqueline comenta que tem ido com frequência até a Capital para buscar algum recurso, pois as pessoas a procuram e encaminham imagens das alergias causadas pela picada do maruim. “Até ontem veio um agrônomo aqui, conversamos bastante, mas está difícil achar algo pra eliminar isso. Fomos atrás de órgãos públicos para resolver essa situação, que não é só eu que sofro com isso, mas a comunidade toda”, disse.

Pesquisa buscou encontrar solução para o problema
De acordo com a Prefeitura de Luiz Alves, em 2019 foi iniciado o Cigamvali (Consórcio Intermunicipal de Gestão Pública do Vale do Itapocu), junto aos municípios Jaraguá, Guaramirim, Corupá, Schroeder, Massaranduba, Barra Velha e São João do Itaperiú, para poder investir em uma pesquisa que buscava encontrar um controle biológico para o maruim.

Coordenado pelo pesquisador Luiz Américo, uma das maiores autoridades no assunto, o trabalho científico envolveu 12 anos de estudo antes da aplicação dos testes em campo.

Em 2020, o Controlador Bioativo do Maruim foi distribuído gratuitamente pela primeira vez aos luizalvenses. As primeiras distribuições foram direcionadas aos bananicultores, pois esses mosquitos se reproduzem mais em ambiente onde há putrefação orgânica.

A Prefeitura Municipal explica que devido à dificuldade enfrentada para aplicação do produto, ele não tem tido a eficácia esperada. Neste ano, o maruim saiu da área rural e chegou na urbana, atrapalhando a qualidade de vida dos moradores, o que levou a cidade a decretar situação de emergência.

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