12/03/2024 às 15h51min - Atualizada em 12/03/2024 às 15h51min
Inmet emite 'alerta de perigo' para onda de calor em 5 estados no Brasil
Massa de ar quente que está entre o Paraguai e o norte da Argentina deve influenciar o clima nos próximos 5 dias. Temperaturas podem chegar a 40°C em algumas regiões
Roberto Peixoto / Don Carlos Leal
G1
Previsão de onda de calor, de segunda (11) até a próxima sexta-feira (15), em áreas do MS, SP, PR, SC e RS. - Foto: Inmet / Reprodução / Reprodução A terceira onda de calor do ano vai afetar áreas do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul até a próxima sexta (15). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesses estados as temperaturas máximas devem ficar 5°C acima da média. Em alguns locais, as temperaturas podem chegar até a 40°C. Por causa disso, o instituto emitiu inclusive um "alerta de perigo", válido até o final da onda de calor. O aviso de temperaturas acima da média começou a valer na segunda-feira (11).
ENTENDA OS AVISOS DO INMET: o termo "onda de calor" é usado quando há um aumento de temperatura de 5ºC com relação à média mensal. Quando há a persistência desse padrão de 2 a 3 dias consecutivos, o Inmet emite um alerta de "perigo potencial", o chamado aviso amarelo. Já quando há a persistência desse padrão de 3 a 5 dias consecutivos, o instituto emite um alerta de "perigo", o chamado aviso laranja, como o que atinge grande parte da região Centro-Sul ao longo desta semana.
Por último, quando há a persistência desse padrão por mais de 5 dias consecutivos, o Inmet emite um alerta de "grande perigo", o chamado aviso vermelho. Em novembro, um alerta do tipo foi emitido pelo Inmet. Por causa dessas altas temperaturas, na tarde de segunda-feira, Campo Grande (MS), já registrou a temperatura mais alta do ano até então: 35,8°C.
Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a atual onda de calor é resultado de um bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias pelo país, permitindo que o ar quente no centro do Brasil ganhe força, aumentando o calor. O sistema também dificulta a formação de nuvens carregadas e mantém o ar seco e em gradual aquecimento.
"Nessa época do ano é comum ter algumas ondas de calor, porém elas costumam ser mais restritas ao Sul", diz.Por isso, essa atipicidade local desta nova onda de calor tem uma explicação clara: o fenômeno El Niño. Isso porque os últimos dados da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) indicam que a temperatura do Pacífico Equatorial Centro-Leste permanece em níveis moderados de El Niño. E apesar de ter passado do seu pico no final do ano passado e estar terminando em algumas semanas, o El Niño ainda está influenciando o clima no Brasil.
"A tendência é que, mais ou menos em meados de abril, ele realmente desconfigure e passa para a neutralidade, porém alguns efeitos dele, mesmo na neutralidade, no comecinho da neutralidade, ainda podem ser sentidos", alerta Luengo. Ainda de acordo com a Climatempo, a previsão indica que essa massa de ar quente deve se expandir para o Triângulo Mineiro, todo o estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Rondônia, Roraima e uma parte dos estados do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins e Bahia.
Diferente de onda de calor (que tem termos técnicos que a caracterizam) essas regiões devem ter calor intenso até sexta-feira (15), com temperaturas cerca de 3 a 5ºC acima da média.
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