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10/03/2024 às 14h23min - Atualizada em 10/03/2024 às 14h23min

“Parei na Vogue”: catarinense troca a roça por uma vida de glamour

Janaina Wambommel, de apenas 21 anos, deixou Imbuia, no Alto Vale, para virar modelo

Ana Carolina Metzger / Augusto Ittner / Don Carlos Leal
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Jovem que vivia no interior já virou página da Vogue.- Foto: Arquivo pessoal / Reprodução
Uma reviravolta na vida da catarinense Janaína Wambommel fez com que a jovem de apenas 21 anos trocasse a rotina tranquila em Imbuia, no Alto Vale do Itajaí, pelo glamour de Paris, na Europa. Nascida na cidade pacata de quase 6 mil habitantes, a garota que era acostumada a ajudar o pai na roça se tornou, em cerca de dois anos, um sucesso do universo da moda.

Hoje, além de já ter ganhado espaço em páginas da revista Vogue — referência mundial nesse setor —, Jana, como é conhecida, também desfilou na passarela da famosa Paris Fashion Week apenas um mês depois de se mudar para o exterior. Um cenário que, anos atrás, ela nunca nem sequer havia cogitado para o futuro.

Filha de agricultor, a jovem do interior de Santa Catarina cresceu em meio às plantações do próprio pai e em contato com o gado leiteiro, criado pela família. Perto dos animais e da natureza, a menina auxiliava na roça em que há cultivo de fumo e beterraba. Até então, trabalhar como modelo nunca tinha sido cogitado pela garota acostumada com o sossego de Imbuia. Por outro lado, depois que decidiu se aventurar nesse universo, Janaína percebeu que não era uma má ideia sair para conhecer novos horizontes.

Desde o início de fevereiro, a jovem de Imbuia mora na França após decolar na carreira que começou por acaso. Recentemente, na última segunda-feira (26), Janaína participou de um desfiles da Paris Fashion Week, que encerrou na última terça (5). Além de ter sido escolhida para usar roupas da marca Mossi, da França, e andar por uma das passarelas mais conhecidas do mundo da moda, a garota ainda foi a primeira da fila quando chegou o momento de finalizar o desfile.

— No final, quando eu vi o pessoal da minha frente sendo tirado, aí me deu um nervoso. Um certo desespero, na verdade. Mas por fora eu estava totalmente plena. E não existe critério para ser a primeira, eu nunca entendo a cabeça do estilista. Eles só olham para você, dizem que é você quem eles querem ali e é isso — explica.

Quando participou da seleção — ou casting — para ser uma das modelos do desfile, Janaína confessou que não pensou que teria chances de ser escolhida. Além de estar insegura com a própria altura, que não é considerada ideal para esse tipo de trabalho — já que não chega a ter 1,77 metro —, a menina ainda estava preocupada com os pais, que enfrentavam problemas de saúde a quilômetros de distância.

Em um espaço que fica embaixo do Museu do Louvre, onde ocorreu a seletiva, a jovem conta que escorregou durante a “avaliação” e que as chances de passar no casting seriam quase nulas. Mesmo assim, o talento e beleza da jovem de Santa Catarina não foram descartados e ela teve a oportunidade de desfilar no Paris Fashion Week. — Eu diria que esse foi um dos trabalhos mais importantes da minha carreira. Fui parar até em uma publicação da Vogue França — conta, entusiasmada.

A revista francesa, porém, não foi a única que destacou a modelo catarinense. Em dezembro de 2022, Janaína também já havia ocupado páginas da Vogue Brasil, em um editorial de beleza. Para a jovem, a oportunidade lhe abriu portas para que ela se tornasse ainda mais conhecida no mundo da moda. E foi nesse ano que tudo começou.

Descoberta por um “olheiro” do universo da moda
O começo da carreira começou de uma maneira imprevisível e nem um pouco planejada, relembra Janaína. Isso porque a irmã mais nova dela, Carine Wambommel, já era interessada nessa área e costumava participar de convenções desse mercado, enquanto Jana tinha objetivos diferentes.

Em meados de 2018, porém, a garota decidiu acompanhar a caçula em um dos eventos de moda para sair um pouco de casa e, ali, se deparou com a primeira surpresa ao ser abordada por uma agência de Blumenau.

Pouco tempo depois, um maquiador catarinense que conhecia ela e a irmã também as alertou quanto ao potencial das duas para a carreira de modelo e decidiu indicá-las para um profissional que atuava em uma agência de São Paulo. — Ele disse que a gente tinha uma beleza diferente. Era uma beleza mais fashion — recorda Janaína.

O chamado “scouter” — ou “olheiro”, que é a pessoa contratada para identificar candidatos que podem se tornar modelos — veio, então, de São Paulo para conhecer pessoalmente as irmãs e conversar com os pais das duas. Depois de muita insistência e diálogo, mãe e pai permitiram a ida das filhas para o sudeste, em 2021, onde ambas foram aprovadas pela agência de moda. A realidade, no entanto, não permitia que as irmãs largassem tudo em busca de um novo sonho.

— É que meu pai é agricultor e sempre contou muito com a minha ajuda e da minha irmã na roça. Na época ele tinha 61 anos e não ia dar conta de fazer a safra sozinho. Em São Paulo, já queriam que a gente fosse morar lá em novembro daquele ano — relembra Janaína. A família, então, chegou a um acordo. As filhas se comprometeram a ajudar o pai na safra daquele ano para partir somente depois que tudo estivesse organizado. E assim fizeram.

Em 2022, as irmãs se mudaram para São Paulo. Por lá, Janaína ficou até 11 de fevereiro de 2024, quando foi para Paris. Na França, a garota permanecerá por três meses, a princípio. Em menos de um mês na Cidade Luz, porém, já há motivos suficientes para se orgulhar da própria trajetória. — Eu sou um rosto novo para esse mercado, sem experiência para o mercado europeu. Mas deu tudo certo e, agora as coisas estão fluindo. Mas é uma loucura — confessa.

Um mundo além de Imbuia
Mesmo que a vida de Janaína tenha virado de cabeça para baixo desde que se jogou no mundo da moda, a jovem não demonstra qualquer arrependimento pelo destino que escolheu para si. Com o apoio da família, ela segue firme na profissão que virou uma caixinha de surpresas na vida da garota de Imbuia.

O sentimento de realização, porém, não anula a saudade que aperta por estar a quilômetros de distância de quem mais importa. Além dos pais, Janaína conta que sempre teve uma relação de cumplicidade com a irmã Carine, de 19, que também luta pelo reconhecimento enquanto modelo, em São Paulo.  Jana, porém, tenta lidar dia após dia com a falta que faz a família na rotina dela. A garota que sempre se considerou uma aluna estudiosa e pensava em se tornar médica no futuro, não abre mais mão do que conquistou até aqui.

Isso porque, com a condição financeira dos pais, a jovem nunca pensou que viveria as experiências que surgiram com a fotografia. E, agora, ela tem a oportunidade de conhecer um mundo inteiro que existe além de Imbuia.

— Não é um mercado fácil, a gente só expõe a parte do glamour. Porém, é difícil. Mas a oportunidade de conhecer o mundo, países, culturas, além das marcas e designers. Essa profissão me possibilita muita coisa boa. Tem o lado da cobrança e comparação de corpos, principalmente para ficar magra, mas para mim tem compensado, já que estou conseguindo alcançar praticamente todas as minhas metas de vida — completa.

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