06/11/2023 às 15h45min - Atualizada em 06/11/2023 às 15h45min
Giovane Ferreira da Silva Oliveira foi morto a facadas ao oferecer paçoca para criança
A Polícia Militar, que também atendeu a ocorrência, diz que testemunhas afirmaram que a vítima teria ameaçado o investigado e a filha
Joana Caldas / Luana Amorim
G1
O pai da garotinha teria se irritado com a insistência do vendedor em oferecer paçocas. - Foto: Arquivo pessoal / Reprodução Um homem em situação de rua foi morto a facadas em frente a um supermercado de Blumenau, em Santa Catarina, na tarde desta sexta-feira (3). Giovane Ferreira da Silva de Oliveira, de 29 anos, levou cinco facadas durante uma discussão com o autor do crime, de 41 anos, após tentar vender uma paçoca à filha dele.
De acordo com o documento, agentes da Polícia Militar foram acionados por volta das 17:30 para atender a uma ocorrência de homicídio na rua Antônio da Veiga, no bairro Victor Konder, em frente a uma unidade do Supermercado Giassi. Ao chegarem no local, o morador de rua já estava em óbito. Apesar disso, o SAMU foi acionado para constatar a morte de Giovane. O autor do crime, que teve a identidade preservada a pedido da defesa, também estava no local com a filha. Ele foi preso em flagrante.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, foram ouvidas três testemunhas que trabalham no supermercado. Duas delas afirmaram que a motivação da agressão foi o oferecimento da paçoca à filha do suspeito. A terceira relatou que presenciou a ação, mas não soube informar o motivo. A faca que, segundo a polícia, já era de posse do suspeito antes da ação, foi recolhida pela Polícia Científica para que sejam realizados exames de perícia.
Defesa contesta versão da polícia
Em entrevista concedida à CNN, a defesa do pai nega a versão apresentada no boletim de ocorrência. Segundo o advogado Rodolfo Warmeling, que representa o autor das facadas, a arma utilizada na verdade era do morador de rua, que teria sido desarmado pelo pai como forma de defesa.
Ainda de acordo com Warmeling, o vendedor já era conhecido na região por ter problemas com drogas, além de várias passagens pela polícia. A ação em si, por sua vez, teria se dado em decorrência da abordagem violenta de Giovane.
Na versão apresentada pelo advogado, “esse vendedor abordou ele para vender uma paçoca de uma forma bem ríspida, grosseira, mal educada, inclusive induzindo a criança, de 2 anos de idade, a pegar e comer esse doce sem a autorização do pai. E aí houve um desentendimento inicial”.
Apesar da recusa, o ambulante teria insistido e xingado o pai da criança, que seguiu para o interior do mercado. Após sua saída, no entanto, a discussão se agravou, o que levou à agressão registrada.
“Quando meu cliente sai do mercado, o vendedor ambulante o aborda de uma forma muito mais incisiva e agressiva, proferindo ameaças”, relatou Warmeling à CNN. Ainda na versão do advogado, Giovane teria afirmado que filmou o rosto da criança e chutado um carrinho de bebê conduzido pelo pai.
Os dois homens teriam, então, entrado em luta corporal. Giovane, que estaria de posse da faca, teria sacado a arma para amedrontar o pai, que conseguiu desarmá-lo e desferiu os golpes contra o morador de rua.
Prisão foi convertida em preventiva
Ainda de acordo com o advogado do autor, a Justiça catarinense decidiu converter a prisão, realizada em flagrante pela polícia, em preventiva, por conta da brutalidade da ação.
“Nas próximas semanas, essa prisão vai ser objeto de recursos da defesa para tentarmos buscar a liberdade dele e demonstrar a verdadeira dinâmica”, concluiu Warmeling. A Polícia Civil segue investigando o caso.
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