Calor acima de 30°C é registrado em mais da metade das capitais do Brasil

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, termômetros chegaram a 41ºC em Cuiabá no primeiro dia da primavera

Conforme o Inmet, o inverno, que recém terminou, foi um dos mais quentes no país desde 1961. - Imagem: Reprodução

Enquanto os gaúchos sofreram com queda de granizo e chuvaradas neste sábado (23), outras regiões do Brasil experimentaram uma rara onda de calor no primeiro dia da primavera. Até o meio da tarde, o site do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontava que pelo menos 16 capitais registraram temperaturas máximas superiores a 30°C, chegando a atingir 41°C em Cuiabá, no Mato Grosso. Para quatro capitais, ainda não havia dados disponíveis.

Praias, parques e piscinas ficaram cheios de gente tentando se refrescar país afora. Em São Paulo, o calorão levou milhares de pessoas a procurar as rotas para o litoral e acabou provocando grandes congestionamentos. O sistema Anchieta-Imigrantes, que dá acesso à Baixada Santista, acumulava quase 30 quilômetros de lentidão no começo da tarde. Apenas a rodovia Imigrantes, conforme a concessionária Ecovias, somava 21 quilômetros de filas de veículos.

Há meses os paulistas sofrem com temperaturas acima da média, o que se acentuou ao longo das últimas horas. A capital do Estado experimentou o inverno mais quente dos últimos 63 anos, e a temperatura máxima pode atingir 37°C no domingo (24), de acordo com previsões do Inmet.

No sábado, termômetros de rua marcaram 34ºC em alguns pontos da cidade entre o final da manhã e o começo da tarde — a cidade apresentou máximas acima dos 30°C durante toda a semana. Em Campinas, os termômetros localizados nas vias públicas apontaram valores ainda mais elevados, ao redor de 39°C.

No Rio de Janeiro, por conta da expectativa de altas temperaturas, a prefeitura disponibilizou água para moradores de rua. A Secretaria Municipal de Assistência Social montou centros de distribuição em todas as suas 41 unidades próprias e em outros 22 pontos conveniados. Em Santa Catarina, o calor foi mais intenso no interior do Estado: São Miguel do Oeste chegou a marcar 34,4°C. Em Florianópolis, porém, o clima permaneceu mais ameno, e os termômetros chegaram somente a 24,4°C.

A situação também foi amenizada em algumas capitais nordestinas, como Maceió (AL), Aracaju (SE) e Salvador, na Bahia, por conta de pancadas de chuva que evitaram um pico de abafamento.

No Rio Grande do Sul, apesar da chuva de granizo em cidades da Metade Sul como Bagé, Arroio do Padre e São Lourenço, outras localidades também tiveram um dia de calor. A máxima no Estado foi documentada em São Luiz Gonzaga, nas Missões, onde marcou 36,4°C. Em Porto Alegre, onde choveu forte pela manhã, a máxima identificada pelo Inmet foi de 20,4°C.

Conforme o Inmet, o inverno, que recém terminou, foi um dos mais quentes no país desde 1961. O mês de julho, por exemplo, foi o mais abafado desde então. O instituto esclarece que o aquecimento foi impulsionado pela presença de intensas massas de ar quente e seco, com temperaturas acima de 30ºC, em grande parte do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste.

Nessas regiões, foram observados mais de 70 dias de calor intenso durante a estação. Em algumas áreas do Sudeste, como no noroeste de São Paulo, no norte e no triângulo mineiro, foram registrados de 50 a 70 dias com temperaturas elevadas, principalmente nos meses de agosto e setembro.

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