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21/06/2023 às 07h00min - Atualizada em 21/06/2023 às 07h00min

Neve ou El Niño: saiba qual fenômeno vai prevalecer no inverno em SC

Chances de neve não estão descartadas, mas estação deve ser menos fria do que no ano passado

Daniel Hugen
ND+
Neve em Bom Jardim da Serra em julho de 2021, próximo à Cascata da Barrinha. – Foto: Prefeitura Municipal de Bom Jardim da Serra / Divulgação
A quarta-feira (21) que marca o início do inverno começou com o céu encoberto em grande parte de Santa Catarina. O frio também vai perdendo a intensidade no decorrer da semana, reflexo de como deve ser a estação mais fria do ano no Estado. De acordo com a meteorologista da Defesa Civil de SC Elen Pelissaro, o inverno de 2023 deve ser marcado por menos frio e chuva dentro da média para a época do ano, sendo mais acentuada em julho e agosto.

“Neste ano temos a influência do sistema El Niño, que é o resultado do aquecimento das águas do pacífico equatorial. O El Niño impacta na frequência das chuvas e nas temperaturas do Sul do Brasil. Para os próximos meses, o inverno deve ser menos rigoroso em termos de temperaturas e com chuva próximo ou acima da média em Santa Catarina”, afirma Pelissaro.

A previsão é de menos massas de ar frio atuando no Estado. Porém, isto não exclui a chance de episódios de frio intenso, com ocorrência de geadas e precipitação invernal. É importante ressaltar que os eventos de frio devem ocorrer, mas não serão duradouros.

Ocorrência de neve não está descartada: segundo o meteorologista Piter Scheuer, apesar da previsão não indicar frio tão intenso, não está descartada a presença de neve na Serra Catarinense. “Vai ter momentos em que a atmosfera vai estar aquecida e vai ter momentos que a gente vai ter frio, com formação de geada, principalmente nas baixadas. Essas áreas sempre vão ser campeãs em relação às temperaturas que devem ficar próximas ou abaixo de zero. Algum eventual caso de neve até pode acontecer durante a transição de alguma massa de ar polar. Isso ao longo do inverno a gente vai monitorando”, afirmou Piter.

A Defesa Civil orienta inclusive a população mais vulnerável a episódios de frio intenso, com registro de temperaturas negativas e congelamento de pistas. “Mantenha-se aquecido e beba bastante água”, diz a orientação.

Tempestades severas, microexplosão e até tornado: a previsão é que o mês de julho deve ter chuvas próximas ou acima da média na primeira quinzena e chuvas mais frequentes na segunda metade do mês. Agosto também deve ser marcado por chuvas um pouco acima da média.

De acordo com Piter Scheuer, no mês de setembro o El Niño deve estar no auge e pode ter uma interação mais forte com a atmosfera, resultando em chuvas mais volumosas. “Desastres naturais associados a tempestades severas e microexplosões, algum tornado que aconteça mais a Oeste, associado a algum sistema de baixa pressão, uma frente fria, uma linha de instabilidade, ou seja, tempestades severas associadas a o El Nino não podem ser descartadas. Logicamente que isso num espaço de tempo mais longo.

Orientações da Defesa Civil para o inverno: há chance de eventos de chuva volumosa, com risco para inundações, enxurradas e deslizamentos; episódios de frio intenso, com registro de temperaturas negativas e congelamento de pistas; ressalta-se a atenção com a população mais vulnerável (idosos, crianças, enfermos, moradores de rua) e animais domésticos; mantenha-se aquecido e beba bastante água; danos provocados por eventos de agitação marítima e ressaca devem ser menos frequentes em relação a um inverno típico; nevoeiros se tornam mais comuns, com risco para trânsito e navegação.

 
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