12/12/2022 às 23h17min - Atualizada em 12/12/2022 às 23h17min
Manifestantes tentam invadir a sede da PF em Brasília e ateiam fogo em carros e ônibus
Protesto ocorre após ministro Alexandre de Moraes atender pedido da PGR e determinar prisão de líder indígena
JOVEM PAN
Veículos foram incendiados durante protesto na capital federal - Imagem: Reprodução / Jovem Pan Federal, em Brasília. O protesto ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atender a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinar a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante.
Segundo a PF, o indígena teria realizado manifestações em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde teria invadido a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), respectivamente.
No pedido enviado à Suprema Corte, a PGR alega que o indígena vem utilizando de sua posição para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Lula e dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O Ministério Público Federal (MPF) vê indícios de ataques ao Estado Democrático de Direito.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram imagens do conflito entre as forças de segurança e os manifestantes em diversos pontos da capital federal – policiais utilizaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Ao menos dois ônibus foram incendiados no centro de Brasília e diversos carros foram atacados desde o início do confronto.
Por volta das 22h, ainda não havia um balanço do número de veículos destruídos. Pelo Twitter, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Justiça, condenou a tentativa de invasão da sede da PF. “Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, escreveu. Até a publicação desta reportagem, a Polícia Federal não havia se manifestado de forma oficial.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que as forças de segurança reforçaram a atuação, em toda área central da capital, para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios. De acordo com a pasta, as ações começaram em frente ao edifício-sede da PF, em decorrência do cumprimento de mandado de prisão, e se estenderam para outros locais da região central. Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica.
A recomendação dos órgãos de trânsito é a de que os motoristas evitem o centro da cidade. A secretaria destaca que as imediações do hotel em que o presidente eleito Lula está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política.
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