28/07/2022 às 07h38min - Atualizada em 28/07/2022 às 07h38min
Pela segunda vez seguida, a Petrobras anuncia redução no preço da gasolina
A medida baixa o valor de 3,88%, para R$ 3,71 e começa a valer nesta sexta-feira (29)
Don Carlos Leal
G1
Carro é abastecido com gasolina em posto de combustível no Acre - Foto: Reprodução/Rede Amazônica O preço da gasolina da Petrobras vendida às distribuidoras será reduzido mais uma vez a partir de sexta-feira (29): o valor médio do litro passará de R$ 3,86 para R$ 3,71 – redução de R$ 0,15 por litro, ou 3,88%. É a segunda redução seguida no valor do combustível anunciada pela petroleira, um dia após anunciar nova diretriz para a política de formação de preços dos combustíveis.
Na quarta-feira da semana passada, a estatal já havia reduzido em R$ 0,20 o preço médio da gasolina. Com o novo corte, o preço do combustível fica abaixo do valor que era comercializado em 10 de maio deste ano, que era de R$ 3,86. "Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", destacou a companhia. De fato, as duas reduções anunciadas recentemente vêm em um momento de queda na cotação internacional do petróleo. Depois de chegar a US$ 120 o barril em junho, a cotação do barril Brent perdeu força, e era negociado abaixo de US$ 100 nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração da empresa aprovou nova diretriz para a formação de preços de seus combustíveis. Segundo a companhia, a medida "incorpora camada adicional de supervisão", mas não altera a política de preços vigente, balizada pela paridade de preços internacionais (PPI), e mantém os reajustes sob responsabilidade da diretoria executiva.
A PPI foi instaurada pela Petrobras em 2016, no governo de Michel Temer. Desde então, a companhia tenta parear o preço da gasolina na refinaria com o preço internacional. Ou seja, os reajustes são resultado das oscilações dos preços do petróleo e do câmbio.
Mas, mesmo com redução dos preços das commodities, o câmbio não aliviou. No fim de maio, o dólar comercial estava cotado na casa dos R$ 4,70. Hoje, opera próximo aos R$ 5,20. Os preços de venda de combustíveis às refinarias pela Petrobras são um dos fatores de composição do preço final dos combustíveis, junto com impostos e fatia de distribuidoras e revendedores.
De acordo com a Petrobras , considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,70 a cada litro vendido na bomba.
Os preços dos combustíveis estão na mira do governo, onde os preços elevados têm sido vistos como obstáculo a uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu, a presidência da estatal já foi trocada três vezes. O atual CEO da companhia, Caio Paes de Andrade, é o quarto executivo à frente da petroleira no atual governo.
Todas as trocas de gestão na Petrobras no governo de Jair Bolsonaro estiveram relacionadas à política de preços praticada pela estatal. Insatisfeito com os constantes reajustes nos preços dos combustíveis e de olho na reeleição, Bolsonaro chegou a chamar de "estupro" o lucro recorde da estatal no primeiro trimestre deste ano.
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