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23/05/2022 às 20h24min - Atualizada em 23/05/2022 às 20h24min

José Coelho, o terceiro a chefiar a Petrobras é demitido

Empossado há pouco mais de um mês, o químico cede o lugar ao secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade

Ricardo Pont
https://guaiba.com.br/2022/05/23/presidente-da-petrobras-jose-coelho-e-demitido-caio-paes-e-o-novo-indicado/
Foto: Divulgação/Ministério de Minas e Energia
Empossado há pouco mais de um mês, o químico José Mauro Ferreira Coelho não é mais presidente da Petrobras. A demissão se confirmou na noite desta segunda-feira, em nota emitida pelo Ministério de Minas e Energia. O secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, é o novo indicado para a função. Formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, Caio Mario é pós-graduado em Administração e Gestão pela Universidade de Harvard e mestre em Administração de Empresas pela Universidade Duke, ambas nos Estados Unidos.

O químico deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que os antecessores: os reajustes feitos nos preços dos combustíveis, que irritaram Bolsonaro no ano em que o presidente busca a reeleição. No início deste mês, sob a chefia de Coelho, a empresa anunciou aumento de 8,8% do diesel nas refinarias – o litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.

Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a Paridade de Preços Internacional (PPI). Com ela, o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanha a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional. Na primeira videoconferência realizada com acionistas, Coelho defendeu a atual política de preços dos combustíveis. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado”, disse o então presidente.

Durante a tradicional live de quinta-feira recentemente, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que o lucro de R$ 44 bilhões obtido pela empresa no primeiro trimestre deste ano era um “estupro” e pediu reiteradamente a não promoção de reajustes. O presidente recusou comentar, em 15 de maio, uma eventual troca no comando da estatal e disse que a medida cabe ao ministro de Minas e Energia. “Pergunta para o Adolfo Sachsida. Ele é o ministro de Minas e Energia e trata disso. E eu deixo bem claro que todos os meus ministros, sem exceção, têm carta branca para fazerem valer aquilo que acharem melhor para o seu ministério”, disse.

Um dia depois, durante conversa com apoiadores, o presidente contou, sem dar mais detalhes, que tinha “mais coisa para acontecer” na estatal. “Eu faço a minha parte. Todo mundo tem que colaborar, não é ganhar mais dinheiro na crise. É o que infelizmente alguns setores fazem, como a própria Petrobras. ‘Ah tem o estatuto’. O estatuto está acima da lei, não está acima da Constituição. Então, tem o fim social da empresa”, defendeu.

Recentemente, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra as políticas estaduais para cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel. O ministro André Mendonça, indicado à Corte por Bolsonaro, atendeu ao pedido de medida cautelar e derrubou as medidas tomadas pelos governadores.

Na tentativa de driblar a eventual rejeição do eleitorado com a escalada do preço dos combustíveis, o novo ministro de Minas e Energia, na primeira medida no cargo, pediu estudos para a privatização da Petrobras e do Pré-Sal. O ministro Paulo Guedes, da Economia, anunciou que vai dar andamento ao projeto, com o objetivo de ampliar a concorrência no setor de combustíveis.

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