05/10/2021 às 08h21min - Atualizada em 05/10/2021 às 08h21min
Rio dos Cedros é o destino certo para turistas que buscam sossego no Vale Europeu catarinense
A procura tem aumentado nos últimos anos, com ênfase no turismo de aventura, ecoturismo e turismo de sossego
Estúdio NSC
https://www.nsctotal.com.br/noticias/de-lagos-e-florestas-pouco-exploradas-a-uma-regiao-pujante-em-ecoturismo
Foto: Divulgação - Breno Takahashi Se no final do século XIX Rio dos Cedros era uma vasta floresta pouco explorada, recortada por um grande número de córregos, afluentes do mesmo rio, essa característica continua marcante até o tempo presente. Hoje com pouco mais de 10 mil habitantes, que mantiveram as tradições vindas da descendência italiana, alemã, polonesa e russa, o município do Médio Vale do Itajaí começa a oferecer mais opções de entretenimento e atrair maior número de turistas para conhecer as belezas da região dos lagos.
Situado a mil metros do nível do mar, com montanhas, árvores e lagos, o nome de batismo da cidade é referência que aparece desde 1863, quando um grupo de desbravadores dos sertões de Blumenau, chefiados por August Wunderwald, subia pelo Rio Itajaí-Açu, de canoa, entrando em seguida pelos Rios Cedros e Benedito.
Devido a grande quantidade de cedros, madeira de lei que é matéria-prima de excelente qualidade para móveis, o desbravador deu a um dos rios esse nome. O grupo que desbravou a região descobriu que as redondezas que contemplavam esse panorama belíssimo era também fértil e extensa.
Tradição cooperativista
Com a colonização, o município de Rio dos Cedros foi pioneiro na implantação de cooperativas no estado catarinense. Não antes sem falhar. Foram algumas tentativas sem sucesso, mas a motivação de ordem econômica, como o comércio com Blumenau dominado por alemães, fizeram dos agricultores um povo unido e batalhador para garantir os rendimentos das suas famílias.
A que vingou foi a terceira tentativa, no ano de 1899. A organização logo tentou exportar suas mercadorias, mas tinha dificuldades em encontrar alguém que fizesse as transações com os comerciantes alemães de Bremen e Hamburg, principais destinos de exportação. Andrea Largura, que liderava a cooperativa, passou a viajar para a Alemanha para efetivar a venda do tabaco. Com ajuda de um intérprete, conseguiu mostrar que o tabaco oferecido era o mesmo que as empresas blumenauenses - mas com preço mais atrativo e sem intermediários para a comercialização.
Com a nova empreitada, a "Società del Cedro", começou as negociações com a Alemanha, Itália e também com municípios brasileiros, como Santos e Rio de Janeiro. No ano de 1910, a cooperativa passa a se chamar "Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada de Rio dos Cedros", operando em benefício dos agricultores. Até hoje, quem passa pelo município pode avistar o prédio da cooperativa.
Barragens foram motor de desenvolvimento
Com a proximidade de rios e lagos abundantes, a partir da década de 20, o tabaco começou a dar lugar ao arroz como a cultura predominantemente cultivada pelos agricultores. Pelo mesmo motivo, o município foi escolhido para abrigar barragens e usinas, necessárias ao desenvolvimento econômico catarinense.
Em 1964, iniciava a construção da Barragem de Rio Bonito, utilizada para a geração de energia pela Usina Palmeiras. A construção durou cinco anos e hoje consegue represar um volume de 32 milhões m³ de água. A área inundada fica em torno de 3.120 Km².
Situado a mil metros do nível do mar, com montanhas e lagos, o nome de batismo da cidade é referência às árvores da região(Foto: Divulgação | Breno Takahashi)
Poucos anos antes, em 1952, também havia sido iniciada a construção da Barragem Pinhal, que também levou cinco anos. Com 2.944 Km² de área inundada, a barragem pode represar 18 milhões de m³ de água. A barragem serve para acumular água para geração hidrelétrica da Usina Rio dos Cedros, cujo início da construção foi datado em 1945. Após quatro anos de trabalho para instalação da estrutura, as duas turbinas podem gerar 8.3 megawatts/hora.
Já a construção da Usina Palmeiras começou em 1959. Depois dos quatro anos necessários para que as três turbinas passassem a operar, a capacidade de geração é ainda maior, de 24 megawatts/hora.
Desde esse momento, tanto criação de cooperativas que fomentam a prosperidade dos habitantes quanto à instalação de estruturas para a geração de energia – e de emprego e renda – impulsionaram a então desabitada região dos cedros e lagos.
Belas paisagens e clima de sossego para descanso atraem turistas
Com as belezas naturais que o município oferece – como lagos, paisagens repletas de árvores nativas e cachoeiras – o turismo da região de Rio dos Cedros tem crescido nos últimos anos. Um dos motivos é o aumento de investimentos em infraestrutura, com a criação de estabelecimentos como parques, pesque e pague, fazendas, pousadas, além do asfaltamento de rodovias do interior.
Hoje, o turismo de aventura, ecoturismo e turismo de sossego são características fortes da região. Entre as atrações, estão trilhas e acampamentos para conhecer locais como as cachoeiras Formosa e a Gruta do Índio, a barragem do Rio Bonito, o Morro da Igrejinha e o Lago Pinhal.
Com a pandemia e a necessidade de isolamento, essa tendência foi acelerada. Durante um final de semana de sol, a região dos lagos chega a receber em torno de cinco mil pessoas. Muitos novos empreendimentos vêm surgindo em função deste avanço e, por isso, a prefeitura vem buscando profissionalizar o trade turístico. No momento, o município está na fase de construção do plano municipal de Turismo, do observatório de turismo e em desenvolvimento de um aplicativo.
Em agosto do ano passado, Jéssica Butzge, que é gerente de marketing de produtos na RD Station, escolheu o município de Rio dos Cedros para passar por um período de relaxamento. Apesar da falta de sorte com o tempo, o visual compensou a vinda. — Rio dos Cedros é uma cidade bem rústica, para quem quer sossego, acordar ouvindo o barulho dos pássaros, sentir uma brisa que só o interior tem — conta a moradora da capital.
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