03/08/2021 às 23h00min - Atualizada em 03/08/2021 às 23h00min
O feminismo nasceu como consequência do machismo exacerbado?
O assunto pode remeter à violência psicológica e à identidade de gênero
https://www.diferenca.com/machismo-e-feminismo/
Eva Todor (1919-2017) na passeata dos 100 mil em 1968 As pessoas ainda se confundem ao defender a igualdade de direitos entre indivíduos do sexo masculino e os do feminino. Quer um exemplo? A diferença entre feminismo e femismo. Você sabe qual é? O assunto de hoje é esse, mas, antes que me esqueça, sou um homem cisgênero, e se acredita que não tenho o direito de falar sobre o assunto por não ser mulher, cis ou trans, tudo bem, é um ponto de vista.
Experiência e compreensão são uma coisa só? Melhor dizendo, não é porque você é heterossexual que, necessariamente, compreende a heterossexualidade. Ou se homossexual, a homossexualidade. Ou transexual, a transexualidade, e assim por diante. Pode-se também entender a fundo a própria identidade, o gênero ou a orientação, mas, a princípio, é uma vivência, legítima, mas muito mais um sentir que um saber.
Dialoguemos, portanto, sobre feminismo, a "palavra" de 2017, segundo o dicionário americano Merriam-Webster. A força do substantivo tem a ver com aumento da busca pelo termo mundo afora, o que é em si uma excelente notícia porque mostra que há interesse em criar paradigmas. Não sei, porém, se por ignorância ou má fé, muita gente quer nos levar a crer que feminismo e femismo são sinônimos. Não, não são. Feminismo não é o contrário de machismo. O oposto do machismo chama-se femismo.
No machismo, o homem se acha superior à mulher em várias questões. No femismo, a mulher se acha superior ao homem em outras tantas. Feminismo, não. É um movimento social que defende a igualdade de direitos entre homens e mulheres, com paralelismo às lutas de outras minorias subjugadas. É uma proposta igualitária, não de superposição. E, sim, também existem muitos homens feministas, como, não se engane, há mulheres machistas e homens femistas.
Há, ainda, o oposto do feminismo, o masculinismo, que é um movimento que se mantém tímido. Ele vê a mulher como uma igual e, exatamente por isso, acredita que ela tem perfeitas condições de assumir as responsabilidades por seus atos, e não é simpático à ideia de regalias ou privilégios especiais. O masculinismo entende que existem papéis diferentes para cada gênero e ambos se completam.
Machismo e femismo, portanto, são preconceitos de gênero. A luta por igualdade de direitos das e dos feministas é mais do que legítima, é sensata, lógica e necessária. Em vez de brigarmos por ignorância, que tal provocar empatia e trazer o adversário para perto? Como diz Camile Paglia em sua coletânea de ensaios "Free Women, Free Men: Sex, Gender, Feminism" (Libertem mulheres, libertem homens: sexo, gênero e feminismo), citada em artigo recente de João Paulo Coutinho: "Queremos uma sociedade de mulheres e homens livres – ou uma farsa infantil onde as mulheres são tratadas como espécies protegidas e os homens como selvagens inimputáveis?".
Os primeiros movimentos feministas por emancipação datam do Século XVIII e se utilizaram de romances e artigos jornalísticos para que assim pudessem se expressar e expandir suas ideias de independência, buscando libertação da dominação masculina.
Segundo relatos históricos, foi a Rainha Vitória, da Inglaterra, que fez com que o sonho da emancipação feminina retrocedesse por muito tempo.
O que as feministas não esperavam era com a completa desmoralização do movimento, muito mais separatista que liberatório, e dessa vez, não por apenas uma, mas sim por uma boa parte das mulheres da sociedade atual.
O Ligue 180 é uma linha para o atendimento e denúncia dos casos de violência contra a mulher.
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