26/05/2021 às 09h00min - Atualizada em 26/05/2021 às 09h00min
Testes em humanos do soro anti-Covid do Butantan é autorizado pela Anvisa
Material, desenvolvido a partir do plasma de cavalos, aguardava liberação desde março
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/05/25/anvisa-autoriza-testes-do-soro-anti-covid-desenvolvido-pelo-butantan.ghtml
Soro anti-Covid está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, em São Paulo — Foto: Instituto Butantan/Divulgação A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (25) o início dos testes em seres humanos do soro anti-Covid desenvolvido pelo Instituto Butantan. Instituto tem 3 mil frascos prontos para iniciar os testes, que devem começar em pacientes transplantados e com comorbidades.
O material, feito a partir do plasma de cavalos, aguardava liberação da Agência desde o final de março, quando o pedido foi submetido à Agência pelo Instituto. Em nota, o Butantan disse que os testes devem ser iniciados na próxima semana. Segundo divulgado pelo Butantan em março, os testes serão feitos inicialmente com pacientes transplantados de rim, no Hospital do Rim, e em pacientes comorbidades no Hospital das Clínicas. O instituto tem 3 mil frascos prontos para iniciar os testes. A autorização permitirá que o soro seja aplicado em pessoas contaminadas pela doença e, depois, que se descubra qual a dose necessária para obter os efeitos desejados.
Processo de liberação
A Agência já tinha dado anuência para a pesquisa, mas depois pediu informações adicionais e, por isso, os estudos clínicos ainda não tinham sido iniciados. Essa é a primeira vez que a Anvisa precisa autorizar o uso de um soro, pois quando a agência foi criada os outros soros utilizados já existiam no mundo e tinham sido aprovadas por órgãos internacionais.
Segundo a Anvisa, a autorização foi concedida após o Butantan submeter novo protocolo clínico com as adequações necessárias para que o estudo possa ser iniciado em humanos. A avaliação da proposta de pesquisa foi feita integralmente pela Anvisa, sem a participação de outras agências estrangeiras, já que as fases iniciais de testes clínicos do soro serão feitas apenas no Brasil.
Produção do soro
Para a produção do soro, os técnicos retiram o plasma - que faz parte do sangue - do cavalo e levam para a sede do Butantan, na Zona Oeste de São Paulo. Os anticorpos são então separados do plasma e se transformam em um soro anti-Covid.
Os cavalos, além de ajudarem a produzir o soro, participaram dos testes. O vírus inativo não provoca danos aos animais nem se multiplica no organismo, mas estimula a produção de anticorpos.
No início de março, Dimas Covas disse que os testes feitos em animais apontaram que o soro é seguro e efetivo. "Os animais que foram tratados tiveram seu pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores e esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos que poderão ser autorizados."
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