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10/05/2021 às 06h30min - Atualizada em 10/05/2021 às 06h30min

Após grande expectativa, os destroços do foguete chinês acabaram caindo no Oceano Índico

O destino do foguete causou curiosidade e especulações durante dias entre astrônomos

https://www.metropoles.com/mundo/destrocos-do-foguete-chines-long-march-5b-caem-no-oceano-indico
Área da queda do foguete chinês Longa Marcha 5B - Foto: ANSA/Ansa - Brasil
Depois de gerar enorme expectativa, os destroços do foguete chinês Longa Marcha 5B acabaram caindo no Oceano Índico, numa região relativamente próxima às Ilhas Maldivas, felizmente, sem causar qualquer incidente. De início, não se sabia dizer onde seria isso, já que o foguete estava descontrolado desde que completou sua missão de colocar em órbita o primeiro módulo da estação espacial chinesa Tiangong, no fim de abril.

Veja o vídeo do objeto descontrolado, antes de cair: https://youtu.be/s-NyKEvbgLg
Veja o vídeo da queda: https://twitter.com/i/status/1391222035037175808

O destino do foguete causou curiosidade e especulações durante dias entre astrônomos, observadores e muitos na internet. A incerteza levou, inclusive, às pessoas acompanharem ao vivo a transmissão da queda do Longa Marcha 5B pelo YouTube. Os restos do foguete se transformaram num rastro de luz que pôde ser visto por várias pessoas a partir de Oman e também de outras localidades do Oriente Médio, por volta das 23h30, pelo horário de Brasília, neste sábado, dia 8 de maio.

Durante sua trajetória descendente, o dispositivo fez uma órbita elíptica, indo de 375 km de altitude no ponto mais distante a 170 km no ponto mais próximo com o solo. Naturalmente, o atrito com a atmosfera fez com que ele perdesse energia cada vez que ele se aproximava do chão. É importante lembrar que objetos de pequeno porte geralmente são incinerados pelo calor gerado com o atrito com a atmosfera. Porém, os detritos do foguete chinês não eram exatamente pequenos, pois possuíam 33 metros de comprimento, 5 de diâmetro e cerca de 21 toneladas de massa.

O fato a favor dos chineses era de que 70% da superfície do nosso planeta é coberta por oceanos. Porém, ainda assim existia uma chance remota de o veículo espacial caísse em terra – e até mesmo no Brasil, de acordo com a análise de Marcelo Zurita para o Olhar Digital.

Que foguete é esse?
O Longa Marcha 5B levou ao espaço o núcleo da futura estação chinesa Tiangong. Com 16,6 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro, o laboratório terá capacidade de receber três tripulantes. No total, serão 11 missões para construir Tiangong até 2022. Serão quatro viagens tripuladas, quatro de carga e o lançamento de três módulos. Quando completada, a estação terá vida útil de 10 anos – que pode chegar a 15 anos com atualizações.

Briga de titãs
Mesmo com a atenção internacional, cientistas desde o início haviam avisado que o risco de incidentes em terra era baixo. De qualquer modo, a China recebeu críticas pela maneira como lidou com o foguete.

Autoridades ligadas à Nasa e também à Agência Europeia afirmaram que os chineses não se prepararam adequadamente para a reentrada de um equipamento de tão grande proporção. Entre essas providências, estaria a desaceleração programada do foguete, de modo que seu curso pudesse ser controlado e dirigido a áreas específicas do planeta, o que garantiria que nenhum destroço correria o risco de atingir áreas habitadas. Ao invés disso, o foguete chinês reentrou na atmosfera terrestre sem controle, o que é considerado uma manobra de risco desnecessário por cientistas e técnicos espaciais.

Durante a semana, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD na sigla em inglês) chegou a dizer que não iria derrubar os destroços. No entanto, o Comando Espacial do país seguia monitorando a rota do Longa Marcha 5B. Embora a chance de perigo fosse mínima, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, criticou a falta de requisito “para operar de maneira segura e cuidadosa no espaço”. Na visão chinesa, porém, a história é bem diferente. Nas últimas semanas, o governo de Pequim reagiu fortemente às críticas. Sobrou até para a empresa de Elon Musk. Pequim chamou a SpaceX de “Space Junk”, Lixo Espacial, literalmente, e se disse vítima de uma campanha de difamação da imprensa norte-americana.

Durante a semana, o jornal chinês Global Times havia dito que a preocupação com a queda dos destroços seria exagero. Fontes ouvidas pela publicação afirmaram de que não haveria motivos para pânico. O Ministério das Relações Exteriores da China reforçou que a probabilidade do Longa Marcha 5B causar grandes danos quando entrasse na atmosfera terrestre era “extremamente baixa”.

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