Astrônomo amador fez sequência de imagens para mostrar trajeto do objeto no céu catarinense — Foto: Jocimar Justino/Arquivo pessoal
A China confirmou, neste domingo (9/5), que destroços do foguete Long March 5B caíram no Oceano Índico, próximo às Ilhas Maldivas. Os destroços entraram na atmosfera por volta das 10h20 no horário de Pequim e caíram nas coordenadas de 72,47º de longitude leste e 2,65º de latitude norte, segundo o Escritório Chinês de Engenharia Espacial.
O Long March B5 enviou à órbita o módulo Tianhe, que fará parte da futura estação espacial chinesa. A expectativa era que o módulo realizasse queimas de combustível para se afastar da Terra, o que não ocorreu por um problema não revelado. Segundo Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o foguete foi observado entre quinta (6) e este sábado (8) também no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, além de Santa Catarina. "A gente tem certeza que é o foguete. Primeiro que já era para passar pela posição e horário que passou e dá para ver nas imagens uma variação de brilho. Essa variação de brilho vem sendo observada e é partir dela que ficou claro que estava fora de controle. Quando está girando é porque não está estável em órbita", explica.
O registro foi feito pela estação do astrônomo amador Jocimar Justino, que também integra a Bramon, e mora em Monte Castelo. "Devido a altitude que o objeto passou, naquela posição ainda estava recebendo a luz direta do sol. O que vemos é o sol refletido nele, é como se estivesse um espelho girando", detalha. Segundo Zurita, a imagem feita em Santa Catarina é uma das melhores observadas até o momento. "A gente viu diversos registros pelo país e este do Jocimar é um dos melhores que pega boa parte da trajetória e bem clara", detalhou o especialista. Ele diz que com a aproximação da Terra, o foguete deve ser visto cada vez mais brilhante.