O 13º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), produzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, mostra que o número de procedimentos de reprodução assistida continua a crescer no Brasil, em mais um ano consecutivo. O relatório mais recente foi publicado no final de maio de 2020 e traz os dados mais atualizados da pesquisa, realizada ao longo do ano de 2019.
"Os números traduzem uma realidade que acompanhamos no dia a dia no consultório. A reprodução humana assistida passou a ser cada dia mais presente na vida de casais que, sem sucesso nas tentativas naturais, recorrem aos especialistas para identificar problemas, trata-los e dar continuidade na realização do sonho da gravidez", aponta a Dra. Maria do Carmo Borges.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), casais que não usam métodos contraceptivos durante 12 meses e não conseguem engravidar podem ser inférteis. E de acordo com a organização, só no Brasil são 8 milhões de pessoas. Em 2019 o número de fertilizações aumentou 2% e no ano anterior o aumento foi maior que 18%. Ainda de acordo com estes dados o protagonismo brasileiro em relação aos procedimentos apontam o crescimento da confiança das pessoas nas técnicas de reprodução assistida. A média da taxa de fertilização in vitro (FIV) nos bancos de células e tecidos germinativos (BCTG) do país atingiu o percentual de 76%, um padrão elevado diante do cenário médio internacional, que exige resultados acima de 65%.
"A média de fertilização nesse patamar mostra que a qualidade e efetividade dos tratamentos só cresce. Isso representa o trabalho sério desenvolvido por todos os profissionais do setor, que se aperfeiçoam e buscam o que há de mais moderno sempre", explica o Dr. Roberto Antunes. "Outro aspecto importante é a busca pela humanização do tratamento, com apoio de equipe multidisciplinar, atendimento via telemedicina e apoio integral aos pacientes. "Temos que pensar que a carga emocional das terapias para infertilidade é bastante intensa. Alguns casais conseguem enfrentar bem, mas com ajuda externa e humanização das etapas, o impacto é muito positivo", destaca o especialista.
Reprodução Assistida e COVID
Com a evolução da pandemia de COVID-19, os tratamentos de reprodução que haviam sido interrompidos, por orientação da ANVISA e dos órgãos de saúde, voltaram a ser realizados, analisando cada caso individualmente. O último boletim do órgão regulador deixa a critério dos especialistas a definição sobre a continuidade imediata dos tratamentos. Isso porque, quando se fala em fertilidade, o tempo termina sendo um inimigo. "Há casos em que é possível programar e postergar. É o exemplo de casais que acabaram de identificar infertilidade, estão começando a investigar as causas, mas são, de modo geral, pessoas ainda jovens. Mas em outros casos, especialmente quando a mulher já passou dos 35 anos, o risco de postergar o tratamento é muito alto. O mesmo vale para casos em que se descobre uma doença como um câncer, por exemplo", finaliza o Dr. Marcelo Marinho.
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