18/01/2021 às 21h55min - Atualizada em 19/01/2021 às 06h55min
Governo soube dia 8 de escassez de oxigênio em Manaus, diz AGU.
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Ministro da Saúde visitou Amazonas entre 11 e 13 de janeiro. No dia seguinte, sistema de saúde da capital do Estado colapsou. O AGU (Advogado-Geral da União), José Levi Mello do Amaral Júnior, encaminhou neste domingo (17) ao STF (Supremo Tribunal Federal) ofício em que informa que o governo federal, sabia da situação de escassez de oxigênio em Manaus desde o dia 8. O sistema de saúde colapsou no dia 14.
As reuniões foram realizadas entre 3 e 4 de janeiro de 2021. Entre as conclusões, segundo o documento, estão: possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde em 10 dias devido à falta de recursos humanos para o funcionamento dos novos leitos, há dificuldades na aquisição de materiais de consumo hospitalar, medicamentos e equipamentos, há necessidade de estruturação de leitos de UTI com celeridade para atendimento aos pacientes que já demandam internação, constada pela alta ocupação dos leitos de serviços de urgência e emergência e estima-se um substancial aumento de casos, entre o período de 11 a 15 de janeiro, em função das festividades de Natal e Ano Novo.
Após o diagnóstico, o secretariado do ministério desenvolveu o Plano Manaus, com diretrizes voltadas ao apoio das administrações locais com o objetivo de normalizar o atendimento à saúde. Nesse momento, decidiu-se pela viagem do ministro da pasta, general Eduardo Pazuello, ao local. “Até então, o Ministério da Saúde não havia sido informado da crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus, ciência que apenas se operou em 8 de janeiro, por meio de email enviado pela empresa fabricante do produto”, afirma. “A partir do conhecimento dessa informação, houve alteração da programação da visita do secretariado do Ministério da Saúde a Manaus, que passou a envolver a inspeção das localidades de armazenamento e manejo de oxigênio hospitalar”, acrescenta. Na sequência, informa que após a vistoria nas localidades, a pasta “tem diligenciado diurturnamente pelo envio de remessas de oxigênio líquido e gasoso à cidade de Manaus”.
A viagem de Pazuello para a capital do Amazonas ocorreu, então, entre os dias 11 e 13. No dia seguinte, a crise se instaurou – o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), anunciou ações (suspensão do transporte coletivo em rodovias, toque de recolher e plano de abastecimento de oxigênio para unidades hospitalares) para enfrentar o aumento de casos de covid-19 na região.
Apesar de o governo federal ter conhecimento da escassez de oxigênio Manaus no dia 8, e o estopim da crise, ocorrido no dia 14, o AGU afirma que a “síntese que se vem de expor, respaldada por robusto acervo documental, evidencia que o poder público federal jamais deixou de oferecer canais de interação aptos a promover a cooperação federativa com os demais entes do Estado Brasileiro, nem se negou a promover ações em auxílio a unidades em situação de vulnerabilidade”.
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